O tecnólogo Jurandir Izidorio Silva, 63, não esperou muito tempo para torrar quase metade dos R$ 15 mil que tinha em contas inativas do FGTS. Nascido em janeiro, ele conta que fez o saque em uma agência da Caixa no centro de São Paulo na sexta-feira (10), primeiro dia de liberação.
Ele diz que, saindo da agência, já ligou para a namorada avisando para arrumar as malas, que iriam passar o final de semana no Guarujá, no litoral paulista.
“Já descemos para lá. Ficamos sexta, sábado e domingo, e só voltei na segunda. Gastei R$ 7.000 dos R$ 15 mil”, conta.
O que fez para gastar tanto no final de semana? “Hotel, janta, dançando coladinho na boate”, diz. “Fui passando tudo no débito. Não quis nem saber. Quando tirei o extrato na segunda, deu ruim. Foram sete paus.”
ELE QUER VIAJAR MAIS
Mas ele ainda não cansou de viajar, nem de gastar. Com o resto do dinheiro, quer ir para Fortaleza. Desta vez, porém, quer ir sozinho.
“Agora eu estou pensando em ir lá para Fortaleza. Lá para praia, que lá é sol o ano todo. Ficar por lá. Dar um chapéu na coroa aí, e vou sozinho”, diz.
Lembrado pela reportagem que sua história seria publicada pelo UOL, ele não perdeu a tranquilidade e disse que a tal namorada, com quem diz que está há seis meses, não ficaria brava. “Pode usar. Ela não vai ficar com raiva, não. Se ela ficar com raiva, depois passa.”
Os R$ 15 mil estavam em 16 contas do FGTS, conseguidos ao longo de 38 anos de trabalho, segundo Izidorio.
Nesta sexta-feira (17), ele retornou à agência da Caixa, desta vez para pedir a liberação de outros R$ 1.724, mas referentes ao PIS, e não ao FGTS. “Não quero deixar nada para o governo. Vou ‘rapar’ tudo.”