Um homem identificado como Márcio Martins de Oliveira soltou nesta quarta-feira (9) pelo menos cinco pequenos roedores no plenário da CPI da Petrobras logo depois que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entrou no local para prestar depoimento. Um hamster, dois esquilos da mongólia e dois ratos cinzas sem raça aparente começaram a correr sem rumo na comissão, o que provocou gritos e tumulto.
Os policiais legislativos que faziam a segurança da sessão correram para pegar os ratos, enquanto parlamentares do PT gritavam que o ato era um desrespeito à CPI. O homem foi conduzido pelos seguranças para depor na Polícia Legislativa.
A assessoria da Câmara informou que o autor do ato era funcionário em cargo de comissão da Segunda-Vice-Presidência da Casa. Depois do espisódio, a assessoria do órgão informou que ele foi exonerado do cargo.
Segundo a assessoria da Câmara, Oliveira foi admitido no cargo em março deste ano. Entre abril de 2014 e 8 de março de 2015, ele atuava como secretário legislativo do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.
Conforme informações do Portal da Transparência da Câmara, Oliveira ocupava um Cargo de Natureza Especial (CNE) 15, com remuneração de R$ 3.020,85.
No início da sessão, Paulinho afirmou que o “povo” faria um ato público na CPI, mas não especificou o que ocorreria. Após a confusão, policiais legislativos passaram a barrar a entrada de pessoas não-credenciadas no plenário.
“Nada nos impedirá de dar prosseguimento à CPI. […] Nós iremos prosseguir com o depoimento do senhor João Vaccari”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), depois de os roedores terem sido soltos no plenário.
O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), disse que queria deixar registrado o “descontentamento” com a soltura dos ratos no meio da sessão.
“Uma ação encomendada que depõe contra o parlamento. O circo armado mostra o nível em que nos encontramos. Quero deixar registrado aqui o meu descontentamento”, reclamou Luiz Sérgio antes de começar a formular as perguntas ao tesoureiro petista.
Já o deputado petista Jorge Solla (BA) acusou o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) de agir como “comparsa” do homem que soltou ratos no plenário. Segundo ele, no momento em que Waldir reclamava que Vaccari entrou na sala sem escolta policial, os ratos foram soltos.
Em meio à sessão, o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) disse que vai pedir à Polícia Legislativa as imagens de segurança da Casa para saber como os ratos foram levados à Câmara. O parlamentar petista afirmou aos integrantes da comissão que quer saber se o homem que soltou os roedores no plenário entrou acompanhado no Legislativo.
“Não podemos de forma alguma permitir que isso passe em branco. […] Vou fazer um requerimento das imagens das entradas desta Casa nos dias de ontem e de hoje, e as imagens dos corredores, para nós sabermos se a pessoa veio com esta caixa ou se ela foi trazida por alguém em conluio”.
Roedores apreendidos
Os cinco roedores soltos no plenário da CPI da Petrobras foram apreendidos e levados para o Departamento de Polícia Legislativa da Casa. Presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, o depurado Ricardo Izar (PSD-SP) pediu oficialmente à Câmara para ficar com a guarda dos animais.
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