Estudos realizados pelo Núcleo de Estudos da Violência (Nevu) do Centro do Centro de Desenvolvimento (CDSA), campus de Sumé, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) analisou as relações socioeconômicas da violência homicida no município de Monteiro, principal cidade do Cariri Ocidental da Paraíba.
O resultado da pesquisa ressalta que o perfil da vítima de homicídio em Monteiro é praticamente o mesmo do encontrado em grandes cidades – jovem do sexo masculino, entre 15 e 29 anos de idade, pardo, solteiro e, possivelmente, de baixa escolaridade – e também que, apesar da melhora nos principais indicadores socioeconômicos, que medem pobreza e desigualdade social, a violência vem se alastrando – o que é um fenômeno recente para cidades menores.
O pesquisador e coordenador do Nevu, José Maria da Nóbrega Júnior, alerta que a taxa de homicídios já ultrapassou três vezes o limiar de tolerância, estando entre 30 e 35 por 100 mil habitantes. “Não temos confirmação oficial, mas este ano, ainda em agosto, já é o mais violento de todos”, ressaltou o professor da UFCG, comentando que no domingo passado, o número de homicídios já passou de uma dezena.
Os dados demonstram que a partir de 2009 o número de homicídios em Monteiro começou a aumentar, chegando a dez casos em 2012 – um a mais que em 2013, últimos dados examinados. Em 2002, primeiro ano analisado pela pesquisa, a cidade só registrou um homicídio.
Ao observar que a cidade vem apresentando vários casos de homicídios este ano, José Maria decidiu averiguar, num estudo de caso específico, o que vem ocorrendo em Monteiro, tendo como base os dados oficiais disponíveis (2002 a 2013) e utilizando testes empíricos, com variáveis socioeconômicas sendo testadas e fazendo um contraponto ao comportamento da violência medida pelos números absolutos de homicídios.
Monteiro é a cidade mais populosa da microrregião do Cariri paraibano, ocidental e oriental, e precisa melhorar em sua política de controle da violência, disse o pesquisador, e sugeriu que a gestão pública municipal, em parceria com o governo estadual, providencie reuniões de políticas públicas para o melhor desenho da violência na cidade, utilizando a pesquisa, e implemente políticas específicas e pontuais nesses espaços.