Passamos boa parte da vida alimentando nossos sonhos. Uns realizáveis, outros quase impossíveis, essa história vem desde criança e mesmo sabendo que a vida é feita de fatos reais, às vezes insistimos em alimentar o ego, criar fantasias.
É um desafio moderno ou da sociedade moderna viver de ilusões, acreditar no impossível e esconder o que é simplesmente verdadeiro e somos moldados o tempo todo por essa sociedade que cobra e exige um padrão, embora não te obrigue a seguir nenhum modelo.
Pode-se definir ilusão como a falta de percepção ou de entendimento que prejudica os sentidos; compreensão errada da mente. Confusão que faz com que alguém não consiga distinguir a aparência da realidade. Confusão entre aquilo que não existe (falso) e o que existe realmente (verdadeiro); devaneio ou sonho.
A partir dessa concepção é possível constatar que vivemos nessa “bolha” ou “vibe” achando que a qualquer momento essas ilusões darão lugar a realidade.
Como primeiro exemplo, podemos citarJúlio Santos, bacharel em linguística, segundo ele, nas ilusões do paradigma do consumo “as pessoas são treinadas, desde pequenas, a consumir e gastar. Trata-se de um modelo praticado e estimulado pelas corporações, pela mídia e até pelas famílias. Entender que esse modelo nos apresenta soluções ilusórias é um dos passos para iniciar um processo de reeducação financeira”.
Outro exemplo, é a ilusão do “novo” na política, não é? Em época de eleição a grande maioria dos eleitores começam a acreditar cegamente em seus escolhidos, como se todo o discurso fosse verdade absoluta e, é justamente nessa etapa que as ilusões ocupam a mente impedindo o raciocínio correto.
É muito comum ouvir esse discurso na política: “não temos a ilusão e sim a certeza que venceremos a eleição”, embora as evidências sejam exatamente o contrário. E Novalis vai perguntar ” Por que razão o melhor, o mais verdadeiro há de parecer tão ilusório e o ilusório tão verdadeiro?”
A resposta talvez esteja na ilusão que se cria e que muitas vezes nos torna refém de situações desagradáveis: as desilusões.
(Me. Ivan Alexandrino)