Por João TRINDADE
O assunto da coluna, hoje, é de muita importância.
Por que a Análise Sintática é fundamental para o aprendizado da Língua Portuguesa? Simplesmente porque não se aprende Português quando não se sabe Análise Sintática. Pena que as pessoas tenham uma ojeriza muito grande a tal assunto; culpa, principalmente, dos professores de Português e do ensino inadequado da disciplina.
Acho bastante interessante quando uma pessoa liga para mim e diz: “Professor, pretendo aprender Português para concursos, mas queria coisas práticas: Pontuação, Regência, Crase… Não queria aprender aquelas coisas chatas como Sujeito, Predicado, Análise Sintática!”.
Ótimo! Conclui-se que tal pessoa não vai aprender Português.
Ora, gente! A Análise Sintática é a alma da Língua. Tanto que, antes do golpe militar de 64, era chamada Análise Lógica. Não alcancei na escola, mas li a “Antologia Nacional”, de Carlos de Laet. Tal obra privilegiava o texto; na parte de gramática, destacava a Análise Lógica (hoje, chamada Análise Sintática). Aliás, o termo lógica cai bem, porque a Análise Sintática é pura lógica, sendo inútil, portanto, querer decorar. Aliás, é inútil querer aprender Português decorando.
A Análise Sintática é “apenas” fundamental para você aprender: Pontuação, Concordância, Crase, Colocação Pronominal…
Vejamos um exemplo de Pontuação:
Quando o adjunto adverbial está deslocado, a vírgula é obrigatória. Se a oração adverbial vier antes da principal, a vírgula será obrigatória; se estiver no meio do período, idem; se vier depois da principal, a vírgula é opcional. Como saber, então, usar a vírgula, se você não sabe o que é um adjunto adverbial e, muito menos, uma oração adverbial?
Outro exemplo. Agora, de crase:
Para haver crase (regra geral), deverá haver um verbo ou um nome transitivo indireto que exija a preposição A e que se junte a uma palavra feminina que exija o artigo A; ou aos pronomes demonstrativos aquela, aquelas, aquele, aqueles, aquilo.
Notou a importância da Análise Sintática?
E fique de olho: Nos colégios (há exceções, é claro!) os professores costumam passar quase o ano inteiro na morfologia e dar Análise Sintática, às pressas, no fim do ano. E, assim mesmo, quando dão vêm com “fórmulas” e decorebas inúteis, com exemplos dissociados do texto.
Uma lástima!