INSUPERÁVEL ONIPOTÊNCIA

Por Zelito Nunes

Há algum tempo atrás, quando o futebol era pouco divulgado no interior, num lugarzinho lá nos cafundós da Paraíba, já perto do Ceará, acho que foi em Monte Orebe, um sujeito chamado João de Luca convenceu dois cantadores a fazer uma cantoria na sua casa que ficava detrás do campo de futebol desse lugar, já quase no meio do mato.

Diante da promessa do dono da casa de que iria muita gente, um dos cantadores, que tinha um dinheirinho, começou a divulgar o evento numa difusora local.

Uma semana de anúncios e chegou o sábado dia da grande cantoria. Os dois cantadores chegaram na casa de João de Luca de tarde, logo cedo pra conferir o público presente. Não tinha ninguém a não ser o dono da casa , que era bem pequenininha.

Um deles entrou na sala e viu que só tinha um cancão preso numa gaiola. Olhou pro terreiro e tava lá um jumento amarrado num pé de pereiro e devidamente “armado”.

Pronto, o mote tava ali.

E o cantador que era dos bons glosou:

Eu tive uma idéia maluca
e divulguei até no rádio
de cantar detrás do estádio
na casa de João de Luca
um cancão numa arapuca
ele pegou pra nós três
e um jumento pedrês
subindo o pau e descendo
como quem fica dizendo:
“olha aqui pro cu de vocês!”

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