Investigações da Polícia Civil da Paraíba provocam prisões em três estados do país

A Polícia Civil da Paraíba tem elucidado diversos crimes em pouco espaço de tempo, em todo o estado, mas delitos cometidos há muitos anos não ficam de fora do que internamente está sendo chamado de ‘Radar PCPB’. Nas vésperas da Semana Santa, pelo menos três investigados em casos diferentes não esperavam ‘perder’ o feriado depois de tanto tempo em liberdade.

O Núcleo Tático Especial (GTE) da 19ª Delegacia Seccional de Polícia Civil de Sousa, no Sertão paraibano, conseguiu prender em Guarulhos/SP uma mulher investigada por tentativa de homicídio em Sousa, no ano de 2007. A mulher é natural da cidade paraibana, tem 39 anos de idade e fugiu para o Sudeste do país após cometer o crime. O GTE realizou os devidos levantamentos, localizou o paradeiro da foragida e contou com o apoio da Polícia Militar de Guarulhos/SP para concretizar a prisão, que se deu na terça-feira, 12 de abril deste ano.

Outro paraibano, natural de São José da Lagoa Tapada, também foi preso. Ele tem 60 anos e, 12 anos atrás – 19 de fevereiro de 2010 –, ele e um filho assassinaram um vizinho com golpes de faca e disparos de arma de fogo. O crime aconteceu no município de Marizópolis/PB. O investigado foi condenado a 17 anos de prisão pelo delito, mas fugiu da Paraíba. O GTE da Polícia Civil em Sousa retomou as investigações e descobriu que o agora sexagenário estava morando na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

Os investigadores fizeram contato com a Polícia Civil do MS, e na quinta-feira, 14, a parceria entre as duas polícias fez o foragido voltar doze anos na história, para pagar o que deve à sociedade. Ele está preso naquele estado e deverá ser encaminhado à Paraíba, quando a justiça assim determinar.

Mais prisões

A prisão ainda mais inesperada foi de um homem de 45 anos de idade, investigado por ter tentado matar uma pessoa em 1998, na cidade de Baraúna/PB. Após o crime, o investigado passou a morar em outras cidades e saindo até do estado. O Grupo Tático Especial (GTE) da Polícia Civil em Picuí, sede da 13ª Delegacia Seccional, descobriu que esse homem estaria morando em Santa Cruz/RN. Na quinta-feira, 14, os policiais conseguiram monitorar os passos do foragido, prendendo-o e pondo fim a duas décadas de sensação de impunidade.

O delegado-geral da Polícia Civil, André Rabelo, disse que a missão principal da instituição é investigar os crimes e levar os suspeitos ao banco dos réus, o que vem sendo feito na Paraíba. “Uma coisa é sensação de impunidade, que pode ser explicada por uma série de fatores. Outra coisa é a própria impunidade. Passar dez ou vinte anos para prender alguém gera uma sensação de impunidade, mas não gera a impunidade propriamente dita, se o crime não estiver prescrito. O fato é que, na mesma semana em que prendemos uma pessoa dez ou vinte anos após o crime, também capturamos outros criminosos em flagrante; ou dez/vinte dias após o crime; ou dois/cinco meses após o crime. Depende de cada caso. É assim até mesmo nos países desenvolvidos”, destacou Rabelo.

A própria Delegacia Seccional de Sousa/PB traz, na semana em análise, um exemplo do que o delegado-geral expôs. No sábado, 10, o pedreiro Isaquiel Manoel de Sousa foi assassinado durante uma briga em um bar. Os investigadores do GTE/Sousa realizaram os levantamentos, identificaram o autor do crime, saíram à sua procura e foram informados pelo advogado do investigado que este estava escondido, mas queria se apresentar na delegacia.

Na quarta-feira – quatro dias após o crime –, o investigado se apresentou, e os policiais cumpriram o mandado de prisão que já havia sido expedido pela justiça, com base nas investigações da Polícia Civil. “Ou seja, para a Polícia Civil, o crime foi elucidado antes dos quatro dias, pois até mesmo o mandado de prisão judicial já havia sido expedido. Mas quem dita as regras para o tempo de prisão do investigado são as inúmeras circunstâncias que rodeiam cada caso concreto. Porém, os nossos números nos deixa bem claro: cedo ou tarde, essa prisão seria consumada; nesta semana ou na próxima década, porque a Polícia Civil não esquece o crime”, conclui André Rabelo.

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