O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 76, caiu em campo para buscar aliados em torno de seu projeto de uma nova eleição trazendo o ex-tucano Geraldo Alckmin como braço direito. O desejo do ex-presidente é conseguir o apoio do PSDB.
Na sexta-feira (21), Lula encontrou-se com o ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira, figura emblemática para o PT por ter sido vice de Aécio Neves (PSDB) na eleição de 2014 e por ter integrado, depois, as fileiras da articulação política que resultou no impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Foi a segunda vez que eles se reuniram em pouco mais de de dois meses. Após uma hora e meia de conversa, o ex-senador manifestou-se a favor da chapa Lula-Alckmin para a corrida presidencial.
Além de Aloysio, Lula já se encontrou com FHC —ocasião em que trocaram afagos mútuos—, com o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e com os ex-senadores Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE). Em uma deferência, Lula foi à casa de FHC, em São Paulo, e ao escritório de Tasso, em Fortaleza. Outros encontros aconteceram em campos neutros, como a casa ou escritórios de amigos em comum.
A grande maioria dos políticos que criaram PT e PSDB militaram contra a ditadura militar. Os tucanos surgiram de uma dissidência do MDB, partido de oposição ao regime. Na redemocratização, houve um ensaio de aproximação entre as duas siglas, mas não prosperou.
Além da busca de alianças e apoios mais ao centro, Lula tem orientado seus emissários a tentar ao máximo fechar federações com siglas de esquerda, como PSB, PC do B e PSOL. De acordo com aliados, Lula diz que esse novo modelo de união, que exige atuação conjunta por ao menos quatro anos, é mais desejável do que coligações eleitorais, que podem ser desfeitas a qualquer momento.
Vinte anos depois de conseguir seu primeiro mandato presidencial, Lula tem em seu círculo mais próximo várias pessoas que já figuravam com destaque na campanha de 20 anos atrás —muitos, assim como Lula, estão na casa dos 60 e 70 anos de idade.