Mafioso italiano preso em João Pessoa deixa a Paraíba

O mafioso italiano Rocco Morabito, 2º mais procurado da Itália e que foi preso pela Interpol em um hotel de João Pessoa, na segunda-feira (24), deixou a Paraíba na tarde desta terça-feira (25). Rocco é considerado um dos 10 traficantes mais perigosos da máfia italiana e estava foragido desde 2019, quando fugiu de um presídio no Uruguai enquanto aguardava a extradição.

Rocco deixou a Paraíba em um avião da Polícia Federal, que decolou do Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, na Região Metropolitana de João Pessoa, por volta das 13h, com destino não divulgado pela PF por motivos de segurança.

A prisão de Rocco Morabito aconteceu em um hotel no bairro de Tambaú. Com ele estavam outros dois estrangeiros, sendo um italiano identificado como Vicenzo, que também está na lista dos 30 mais procurados da Itália. O outro homem que estava no local não tinha nenhum mandado de busca por nenhuma polícia.

Nesta terça-feira, a Polícia Federal concedeu uma entrevista coletiva falando sobre a prisão. Rocco e Vicenzo são integrantes da ‘Ndrangheta, uma associação mafiosa da Itália considerada uma das mais perigosas do mundo, estando envolvida em crimes de tráfico de drogas, de armas, de pessoas e também lavagem de dinheiro.

Morabito é procurado pela polícia italiana desde a década de 1990. Em 2017 ele foi preso no Uruguai, após investigações conjuntas entre polícias de vários países, mas fugiu da cadeia dois anos depois. Desde então, a polícia apura a passagem dele por pelo menos três estados brasileiros.

“A operação que resultou na prisão dele iniciou-se ano passado, com o projeto I-Can, que envolve 11 países contra a ‘Ndrangheta e a partir disso fortalecemos a busca pelo Rocco. Recentemente descobrimos que ele estava na Paraíba e conseguimos prendê-lo em João Pessoa”, disse Paulo Gustavo Maiurino, diretor geral da PF na coletiva.

Rocco foi preso após um mandado de prisão para fins de extradição emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, ainda não se tem como cravar para que país o italiano será extraditado e que o processo vai tramitar todo pelo STF.

Conforme o coordenador geral de Cooperação Internacional da PF, Luiz Roberto Ungaretti, a partir da prisão dele agora vai ser investigada a atividade dele desde a fuga do Uruguai. “Partiremos para outras etapas da investigação, em busca dos capitais ativos, que com certeza ele ainda estava realizando as atividades criminosas mundo afora”, explicou.

O chefe da Interpol no Brasil, Bruno Samezima, diz que há indicativos de que ele estava envolvido em atividades criminosas no Brasil, mas que a prisão dele tem uma relevância muito maior para a Itália.

“A presença dele aqui é, para nós, um indicativo de que sim, ele pode estar envolvido em atividades ilícitas aqui. Muitas informações são sigilosas, mas vamos apurar tudo o que ele estava fazendo aqui no Brasil, como ele se manteve neste tempo e o cronograma das ações dele”, completou.

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