A quarta edição da Marcha das Vadias em João Pessoa aconteceu neste sábado (22), na Praça da Paz, no bairro dos Bancários. A manifestação, que pediu o fim da violência contra as mulheres, reuniu mais de 250 pessoas, de acordo com a organização do evento. O local do ato público que sempre aconteceu no Centro foi mudado para se solidarizar com o caso de rapto e estupro que começou nos Bancários e acabou em Goiana (PE) com uma mulher assassinada e outras duas pessoas feridas, em junho deste ano.
Com tema ‘A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer’, o grupo de ativistas ‘marchou’ pela praça e por algumas ruas do bairro com os corpos pintados com frases como “machismo mata” e “meu corpo, minhas regras”. Mulheres e homens carregavam cartazes contra à violência e a favor do feminismo como o próprio tema da marcha e “moça, o feminismo é lindo e te liberta”.
Os manifestantes saíram com um trio elétrico gritando palavras de ordem por volta das 15h30. Eles deram uma volta na Praça da Paz e depois percorreram parte das ruas Sérgio Guerra, Maria de Coutinho Fabrício, Luís Prímola da Silva e Ailsio José da Silva voltando e terminando o ato novamente na praça. Em um momento do movimento, o microfone foi aberto e algumas mulheres puderam prestar depoimentos.
De acordo com a organização, a Paraíba seria o sétimo estado do ranking nacional de homicídios femininos, contabilizando, só em 2015, 49 assassinatos.
O movimento surgiu em 2011, no Canadá, após uma onda de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, quando um policial sugeriu que as mulheres poderiam evitar os estupros caso “não se vestissem como vadias”. A chamada Slut Walk, então, resolveu ressignificar o termo “vadia” e questionar a cultura machista de culpabilização da vítima nos casos de violência sexual. O evento também ocorre em várias partes do mundo.