O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apresentou para as famílias das vítimas o relatório final da investigação da queda do Cessna Citation 560 XLS+. O acidente, às 10h03 do dia 13 de agosto de 2014, vitimou o ex-governador Eduardo Campos, quatro pessoas de sua equipe e os dois pilotos. As primeiras informações, apresentadas à imprensa, nesta tarde de terça-feira (19), durante coletiva em Brasília, indicam que o tempo ruim e a pouca visibilidade podem ter desnorteado o piloto Marcos Martins, além da aproximação equivocada na pista.
Além disso, o cansaço do piloto foi um dos fatores que contribuíram para o desastre. E ainda falta comprovação da experiência dos pilotos neste avião específico. Coube ao tenente-coronel Raul de Souza, investigador encarregado, expor à imprensa, em coletiva, toda a cronologia dos acontecimentos até o acidente.
Todos os fatores apontados para os familiares são 100% humanos. Na quarta-feira pela manhã, familiares das vítimas vão apresentar um relatório paralelo com a versão delas para o acidente.
A ex-primeira-dama Renata Campos embarcou hoje para a capital federal, juntamente com os filhos João Campos e Maria Eduarda, para acompanhar a coletiva. As jornalistas Cecília Ramos e Ana Braga, respectivamente viúva e irmã de Carlos Percol (assessor de imprensa de Campos) e Rita Regina, mãe do fotógrafo Alexandre Severo, também foram para Brasília.
A investigação contou com procedimento inédito de análise da voz do co-piloto na gravação dos contatos com o controle do tráfego.Os investigadores obtiveram vídeos inéditos durante a investigação, mostrando o momento do acidente.
Um relatório preliminar, apresentado pelo Cenipa há quase um ano, apontou indícios de falha humana como possível causa da tragédia. Um dos questionamentos feitos na época foi se os pilotos, Geraldo Magela e Marcos Martins, tinham treinamento específico para pilotar a aeronave.
O acidente – Na manhã do dia 13 de agosto de 2014, a aeronave que transportava o ex-governador Eduardo Campos e sua equipe caiu no bairro do Boqueirão, em Santos, em plena campanha presidencial. Além de Campos e dos pilotos, morreram Carlos Percol (assessor de imprensa), Alexandre Severo (fotógrafo), Pedro Valadares Neto (assessor) e Marcelo Lyra (fotógrafo). A tragédia mudou o cenário político naquele ano, alçando a então candidata à vice-presidente, Marina Silva (Rede), à disputa direta pela Presidência da República.