O tempo de espera para a investigação entre uma notificação e a confirmação ou descarte de casos de malformação congênita em bebês pode demorar até três meses. Segundo a diretora de Vigilância em Saúde de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, a enfermeira Eliete Nunes, desde de que surgiu a suspeita de malformação congênita relacionada ao vírus da zika, os casos de notificações aumentaram de maneira significativa e, na cidade, o tempo de investigação pode chegar a três meses. Entretanto, nem todos acabam sendo confirmados.
Em João Pessoa, segundo o gerente de vigilância epidemiológica do município, Daniel Batista, o resultado do exame demora menos: cerca de um mês. Ele explicou que o material necessário para o exame é colhido em apenas um dia, ainda no hospital e, em seguida, é encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Público do Estado. Posteriormente, ele é levado até ao laboratório de referência em Pernambuco, onde vai ser analisado, segundo Batista.
Até quarta-feira (9), o Ministério da Saúde tinha registrado 71 casos confirmados de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita, na Paraíba. Estão sendo investigados 447 casos suspeitos, enquanto que 308 já foram descartados.
Em todo o país, o Ministério da Saúde está investigando 4.231 casos. Dos casos já analisados, 745 foram confirmados e 1.182 descartados. Desde o início da investigação, foram notificados 6.158 casos suspeitos de microcefalia.
A Paraíba é o terceiro estado com o maior número de casos investigados, atrás apenas de Pernambuco (1.214) e Bahia (609). A lista segue com Rio de Janeiro (289), Rio Grande do Norte (278) e Ceará (252).
Notificações
De acordo com Eliete Nunes, o processo de notificação acontece quando a gestante recebe diagnóstico de alguma doença que pode provocar a malformação, a exemplo de suspeita de relação com vírus da zika, ou através de ultrassonografia, quando é detectada alguma alteração no bebê. Como esse ainda não é um exame preciso para a complexidade de tipos de malformações, muitos casos são notificados para que possam ser investigados.
Investigação
Após a notificação, a equipe de vigilância de saúde de referência começa a preencher um formulário de recomendação do Ministério da Saúde e a gestante passa a ser acompanhada até o nascimento do bebê. Depois que a criança nasce é conferida a medida da circunferência da cabeça, que pode indicar a microcefalia, por exemplo. Entretanto, além deste exame é feito um exame de imagem chamado de transfontanela, que examina a cabeça do bebê. Ele tem mais respaldo e pode se constatar outros tipos de malformação ou alterações no sistema nervoso central, conforme explica a diretora.