O Ministério da Saúde informou, por nota, que está avaliando o papel de um outro vírus na evolução de casos de microcefalia e em malformações congênitas no Brasil, segundo nota divulgada nesta sexta-feira (1º).
De acordo com a pasta, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), da Paraíba, encontraram partículas do vírus da diarreia viral boniva (VDBV) em amostras por necropsia do tecido cerebral de fetos e recém-nascidos com microcefalia.
O estudo ainda é preliminar. O VDBV está presente em rebanhos bovinos em todo o mundo, podendo causar abortos e malformações nos animais.
O ministério esclareceu, no entanto, que a presença dessas partículas não significa a existência do vírus ativo, nem que ele seja o responsável pelos casos de microcefalia e outras malformações. A pesquisa deverá continuar para estabelecer resultados mais precisos.
Os resultados preliminares do estudo foram encaminhados à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também estão trabalhando junto ao da Saúde no monitoramento do achado.
Microcefalia no Brasil
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil chegou a 1.638. Ao todo, foram 8.165 notificações desde o início das investigações, em 22 de outubro de 2015, até 25 de junho deste ano, com 87 mortes.
Segundo o Ministério da Saúde, 3.466 casos foram descartados e outros 3.061 casos ainda estão em investigação.
Os dados são do boletim divulgado nesta quinta-feira (30). Dos casos confirmados de microcefalia, 270 tiveram teste positivo para o vírus da zika – o baixo número de confirmações alerta para a possibilidade de outros causadores da malformação.