Exames laboratoriais confirmaram a infecção por zika vírus em dois bebês paraibanos que estão para nascer e possuem a microcefalia, uma doença que altera a medida da circunferência craniana das crianças. As análises foram feitas a partir do líquido amniótico coletado dos bebês, que haviam sido diagnosticados com a doença em exames de ultrassonografia. Nesta terça-feira (17), o Ministério da Saúde confirmou 21 casos de microcefalia em bebês na Paraíba.
Os testes haviam sido solicitados pela médica Adriana Melo, especialista em medicina fetal e que integra o comitê criado pela Prefeitura Municipal de Campina Grande para investigar as possíveis causas da mudança do padrão da doença e o aumento do número de casos de microcefalia em crianças nascidas na cidade.
Coletados, o líquido amniótico dos bebês foi enviado para o Laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Segundo a médica, as mães dos dois bebês examinados são do município de Juazeirinho, mas fazem pré-natal na maternidade do Isea, que funciona em Campina Grande e atende gestantes de 180 municípios paraibanos.
Com a confirmação da incidência de zika vírus nas crianças, a Saúde de Campina convocou uma reunião de emergência para a noite desta terça-feira (17) para definir as estratégias de assistência às gestantes e aos bebês com microcefalia.
O conjunto de medidas a serem adotadas pela Prefeitura deverá ser anunciado na quarta-feira (18).
Até está terça, a Secretaria Municipal de Saúde já confirmou dez casos de bebês com microcefalia nascidos na cidade, sendo um de paciente residente em Campina Grande.
Além destes, foram diagnosticados outros oito casos de bebês com microcefalia e que devem nascer nos próximos meses. O diagnóstico foi feito a partir de exames de ultrassonografia em gestantes acompanhadas pelo Isea.
De acordo com o Ministério da Saúde, a partir de um boletim divulgado nesta terça, a Paraíba possui 21 casos confirmados de microcefalia, sendo o quarto estado do Nordeste com o maior número de casos.
Além da Paraíba, os estados de Pernambuco, com 268 casos; Sergipe, com 44; Rio Grande do Norte, com 39; Piauí, com dez; Ceará, com nove; e Bahia, com oito, possuem casos registrados no Nordeste.
A doença
A microcefalia é uma anomalia que se caracteriza por um crânio de tamanho menor que o da média. Os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, infecções por bactérias ou vírus e a radiação.
Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado. Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça para um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades.