Ministro da Saúde é recebido na Câmara com ‘chuva de Aedes’

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi recebido nesta quarta-feira (17) por um ato na Câmara dos Deputados que teve chuva de papéis com a estampa de mosquitos Aedes aegypti em protesto por ter se afastado do cargo temporariamente para participar da eleição à liderança da bancada do PMDB.

Um grupo pequeno de manifestantes jogou os papéis logo após Castro entrar no plenário onde será realizada a votação. O ministro não chegou a ver o protesto porque dava uma entrevista à imprensa no momento. Os manifestantes, alguns portando máscaras e fantasias, levavam na mão raquetes de mata-mosquito.

Castro tem mandato de deputado federal e, após a eleição, retomará o comando da pasta. Ele foi criticado por parlamentares da oposição por deixar a pasta em meio à crise do vírus da zika no país, transmitido pelo mosquito Aedes.

A manifestação contra o ministro foi patrocinada pelo Solidariedade, partido presidido pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força, aliado próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Castro foi indicado para a vaga pelo atual líder, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que tenta se reeleger para a vaga. Ele conta com o apoio do Palácio do Planalto, de quem se aproximou nos últimos meses e gerou descontentamento dentro da bancada.

Picciani disputa a vaga com o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que tem como principal cabo eleitoral Eduardo Cunha.

Além de Castro, também deixaram seus postos para participar da eleição os deputados Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ) e Pedro Paulo (PMDB-RJ), que são secretários do no Rio de Janeiro. Eles foram acionados em uma articulação do Planalto para garantir mais votos para Picciani.

Com isso, a bancada ficou com 71 parlamentares. A votação será secreta e ganha quem obtiver a maioria simples dos votos. A única ausência esperada é a da deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), que está de licença médica.

A eleição para líder do PMDB ganhou importância a ponto de envolver o governo porque vai influenciar o processo de impeachment de Dilma. Caberá ao líder indicar os oito integrantes do partido para a comissão especial que analisará o processo de Dilma.

Além disso, o líder do PMDB, por conduzir o maior partido dentro da Câmara, tem poder sobre a tramitação de projetos considerados importantes pelo governo dentro da Casa.

Embora tenha uma aliança com o PT e ocupe a Vice-presidência da República, além de outros seis ministérios, uma parcela do PMDB defende o rompimento com o governo.

A eleição servirá ainda para medir a influência do presidente da Câmara sobre a bancada peemedebista. No ano passado, Cunha capitaneou diversas derrotas ao Planalto, inclusive com a deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas perdeu forças diante do agravamento das denúncias contra ele.

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