A operação policial que matou o miliciano Adriano da Nóbrega, na semana passada, no município baiano de Esplanada, provocou uma troca de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador da Bahia, Rui Costa (PT).
À tarde, Bolsonaro afirmou a jornalistas que o ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro foi morto pela polícia do PT. “Quem foi responsável pela morte do capitão Adriano foi a PM da Bahia, do PT. Precisa dizer mais alguma coisa?”, disse o presidente, após inaugurar nova alça de acesso entre a Linha Vermelha e a Ponte Rio Niterói , no Rio de Janeiro.
Ele fez a declaração durante uma entrevista em que também foi perguntado sobre as ligações do miliciano, que estava foragido da justiça, com um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). A mãe e a mulher de Adriano foram lotadas no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando o político cumpria mandado de deputado estadual.
Após a fala de Bolsonaro, o governador Rui Costa disse, pelo Twitter, que “a Bahia luta contra e não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem” e acrescentou haver “laços de amizade” entre a Presidência e o miliciano Adriano da Nóbrega.
Em resposta, o Planalto divulgou uma nota de Bolsonaro, em que o presidente disse que Costa “não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância, como também lhes presta homenagens, fato constatado pela sua visita ao presidiário Luís Inácio Lula da Silva, em Curitiba, em 27 de junho de 2019”.