Grupos de esquerda que lideraram os atos contra Jair Bolsonaro no último dia 29 confirmaram para o próximo dia 19, um sábado, a realização de novos protestos pelo impeachment do presidente em todo o país. A ideia é estabelecer uma agenda extensa de protestos ao longo do mês.
A definição do dia 19 como data das principais mobilizações foi decidida nesta quarta-feira (2). A oposição a Bolsonaro prevê também atos isolados nos dias anteriores, inclusive contra a realização da Copa América no país, como anunciou o presidente. A abertura do torneio está prevista para o dia 13.
Movimentos sociais, estudantis e sindicais, além de partidos de esquerda (agrupados em um fórum batizado de campanha nacional Fora, Bolsonaro), atraíram milhares de pessoas às ruas em 210 cidades do Brasil e em 14 países, no fim de semana, na maior manifestação contra o governo durante a pandemia.
Em comunicado, a campanha afirmou que, “diante da enorme vitória política”, a nova data foi definida por uma articulação “que reúne centenas de organizações nacionais, entre partidos de esquerda, entidades estudantis, centrais sindicais, movimentos sociais e diversos coletivos e ativistas”.
Líderes envolvidos nas mobilizações viram a decisão de Bolsonaro em receber a Copa América mesmo com a pandemia de Covid-19 descontrolada no país como mais um elemento motivador de protestos.
A reação contrária à competição esportiva internacional rememora protestos ocorridos em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT), contra a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Partidos de oposição a Bolsonaro, inclusive o PT, reagiram à decisão de Bolsonaro.
Para os manifestantes, a acolhida ao evento do futebol sul-americano é mais uma demonstração da sabotagem nas medidas para evitar a disseminação do vírus, uma das razões apontadas para sustentarem a necessidade de afastamento do presidente da República.
Embora a mobilização esteja agendada para depois do início do torneio, há a intenção de expressar insatisfação com a medida tomada pelo governo federal na direção contrária do que recomendam cientistas, baseados nos altos números de casos da Covid-19 e da vacinação ainda lenta.
Não estão descartados protestos no dia 13, organizados isoladamente por entidades da coalizão, com o mote da crítica à Copa América. A tendência é que ocorram nos estados onde haverá jogos –até agora, foram anunciadas partidas no Rio de Janeiro, em Mato Grosso, em Goiás e no Distrito Federal.