O Ministério da Saúde inverteu a ordem de público-alvo da 22ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. Serão vacinados, primeiramente, os idosos e os trabalhadores de saúde, que atuam na linha de frente do atendimento à população. A decisão é mais uma medida de proteção a esses públicos, em especial aos idosos, já que a vacina é uma proteção aos quadros de doenças respiratórias mais comuns, que, dependendo da gravidade, pode levar a óbito. Outra preocupação é evitar que as pessoas acima de 60 anos, público mais vulnerável ao coronavírus, precisem fazer deslocamentos no período esperado de provável circulação do vírus, no país. A primeira fase da campanha começa no dia 23 de março, em todo o Brasil.
“A previsão é que os imunos cheguem até o dia 18 de março e, em seguida, vamos encaminhar aos municípios da Paraíba. Entretanto, já reforçamos que a influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. A imunização é muito importante para a prevenção e reduz significativamente a possibilidade de contrair o vírus, além de contribuir para redução do quadro de doenças respiratórias mais graves, como pneumonia e infecções do trato respiratório”, explicou a assessora técnica do Núcleo de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (Ses), Milena Vitorino de Souza Vasconcelos.
A segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe começa no dia 16 de abril e contempla professores de escolas públicas e privadas e profissionais de segurança e salvamento. Na sequência, a partir do dia 9 de maio, que também é o Dia D, a campanha será aberta para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, grávidas, mães no pós parto, grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, população indígena, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional e adultos de 55 a 59 anos de idade. A vacinação será encerrada no dia 23 de maio e meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários. Ano passado, a Paraíba atingiu 94,44%.
“Do ponto de vista epidemiológico, as crianças são consideradas multiplicadoras de vírus respiratórios e, por isso, o Programa Nacional de Imunizações distanciou um público do outro. Serão duas semanas de intervalo entre uma fase e outra”, explicou Milena.
Dados – Este ano, até a 10ª semana epidemiológica (incompleta), dos 223 municípios da Paraíba, nove (4%) notificaram casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) hospitalizados. Do total de hospitalizados, 23 casos foram sinalizados com SRAG no ano de 2020, o que representa uma redução de 30% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, que registrou 33 casos.
Em 2019, foram notificados nove óbitos por SRAG, sendo cinco deles em João Pessoa. Já em 2020, até o momento, foram notificadas cinco mortes, três delas na capital e duas no sertão do estado.
Coronavírus – De acordo com o Ministério da Saúde, a priorização dos idosos nessa primeira etapa, mesmo diante da não eficácia da vacina de Influenza contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a Covid 19. Além disso, a pasta considera os estudos e dados que apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos.