Na Língua Portuguesa há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo.
É bom relembrar que valor semântico é o significado atribuído às palavras dentro de um determinado contexto.
Por isso que na semântica, o primeiro a ser avaliado é o contexto, pois uma palavra pode ter diversos significados empregados nas mais diversas situações.
No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Foi o que aconteceu essa semana.
– Aplicou na “poupança” isso sim é um dinheiro sujo.
– Depois que a PF achou dinheiro nas nádegas do senador, ‘lavagem’ de dinheiro deve ser justificada?
Esses trechos foram criados após o episódio do “dinheiro encontrado na cueca” do senador, vice-líder do governo, para ridicularizar a situação.
Uma Expressão popular também ganhou seu momento de literalidade. “Está com o ‘rabo’ cheio de dinheiro”.
Assim como a linguagem memética que ocupou grande espaço e destaco um diálogo entre o tatu e o lobo-guará.
– O tatu pergunta: lobo, em que lugar você se meteu?
– O lobo responde: nem me fale!
Brincadeiras com a Língua Portuguesa à parte não podemos esquecer que o país vive talvez um dos piores momentos de sua história.
Penso igual a Milton Nascimento em sua canção Bola de meia, bola de gude, “…pois não posso, não devo não quero viver como toda essa gente insiste em viver não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal”.
Para o presidente que insiste em dizer que em seu governo não há corrupção, possivelmente andou ouvindo a canção de Gabriel, o Pensador para se justificar.
“Ordem e progresso, sua bunda é um sucesso.
Nádegas a declarar… Nádegas a declarar…”
Me. Ivan Alexandrino