Um dos bares mais famosos do Brasil virou ponto turístico. Após aparecer em uma foto entre duas igrejas evangélicas, no Jardim Aureny III em Palmas, o Bar do Araújo mudou de endereço e tem atraído curiosos do Tocantins e de outros estados. Com o nome ‘Novo Bar do Araújo’, o estabelecimento é mais espaçoso e o proprietário agora está livre para, por exemplo, ligar o som em um volume mais alto, o que não era feito no antigo endereço para não atrapalhar os cultos evangélicos.
Contente com a fama, o comerciante e agente de saúde, Joaquim Araújo, de 53 anos, aproveita o sucesso para expandir os negócios, que bombaram depois da publicidade gratuita provocada pelos memes e a campanha “#resistearaujo”, aderida por milhares de pessoas nas redes sociais.
O sucesso na internet tem refletido no movimento do boteco. De Belo Horizonte (MG), o advogado Eduardo Valadares Cabral, de 38 anos, está em Palmas a passeio e teve que acrescentar o Bar do Araújo no roteiro de viagem. “Fiquei sabendo pelas redes sociais e quis conhecer o famoso bar”.
Ele tirou selfies, fez vídeos e, claro, aproveitou para tomar uma cerveja, desejo de tantos internautas. “O que mais me impressionou foi a simpatia do Araújo e também o fato de que ele estava famoso mas não sabia disso”, brincou.
Com o sorriso de orelha a orelha, Araújo abre o bar todos os dias às 15h, depois de trabalhar como agente de saúde. O estabelecimento está no novo local há cerca de dois meses e agora Araújo pode ampliar a clientela.
“No outro endereço o espaço era restrito. Eu não podia colocar as mesas em frente à igreja e tinha pouco movimento. Agora está muito melhor. Vendo bebidas, espetinhos, tenho mesa de sinuca e uma máquina de música para as pessoas escolherem a que quiserem”.
Se de um ponto da quadra, o Novo Bar do Araújo está bombando, no outro, onde funcionava o antigo, o movimento também aumentou. É que os moradores da capital e turistas de outros estados, curiosos para saber se a história é verídica, passam por lá e param para tirar fotos, segundo as pessoas que vivem na quadra.
O jovem Djean Barbosa, de 22 anos, tem percebido a movimentação. Ele mora a poucos metros do antigo Bar do Araújo e inclusive, frequentava o estabelecimento nos fins de semana.
Ele disse que achava estranho um bar ao lado de uma igreja evangélica, mas que Araújo sempre respeitou a vizinhança e que sente saudades do boteco. “Nos horários dos cultos ele colocava o som bem baixinho para não atrapalhar”.
Na opinião de Barbosa, quem mais atrapalhava Araújo não era a igreja Deus é Amor, mas um mercado que funcionou alguns meses, antes da chegada da igreja Universal. “O mercado aproveitava o movimento do boteco. Alguns clientes sentavam na mesa do Araújo, mas consumiam produtos do mercado. Quando o Araújo saiu, o mercadinho também saiu, foi quando chegou a outra igreja”, contou.
Feliz com a repercussão da foto, Araújo sonha agora em aumentar o lucro. Colocou
os letreiros com o nome do bar neste sábado (6) e brinca com o sucesso. “Eu senti que o movimento melhorou. Tem gente que fica famoso depois que morre. Foi igual ao Bar do Araújo que fez sucesso depois que fechou. Mas eu quero dizer que continuo vivo, só que agora em um novo endereço”, disse aos risos.
O Bar do Araújo
A imagem do bar entre as duas igrejas evangélicas tem sido compartilhada por milhares de pessoas desde o mês passado. Mas ao contrário do que muitos pensavam, o proprietário do estabelecimento, Joaquim Araújo disse que a saída do local não foi provocada pelas igrejas e sim por causa do baixo movimento.
“Não foi a igreja que me expulsou de lá. Eu tinha uma relação muito boa com os membros. Foi normal a convivência nos meses que fiquei lá porque eles entenderam a minha parte e eu entendi a deles”.
Segundo Araújo, quando o bar foi instalado no local, em julho de 2014, não havia nenhuma igreja ao lado. Depois de alguns dias a primeira apareceu. A segunda surgiu após dezembro, quando o bar mudou de endereço.
“O que aconteceu foi que eu saí mas o nome Bar do Araújo não foi apagado. As pessoas viram e acharam curioso. Foi um erro que virou acerto”, concluiu.