O volume de água do açude de Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão, no Agreste paraibano, caiu para 8% nesta quinta-feira (27). A informação foi divulgada pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), que faz o monitoramento diário do manancial. Com a redução do volume, Boqueirão segue superando o recorde negativo de pior nível registrado desde que o açude foi criado e teve a primeira sangria, na década de 50.
Segundo os dados da Aesa, o açude está com 32,9 milhões de metros cúbicos de água e tem a capacidade para cerca de 411,6 milhões no volume.
O manancial é usado para o abastecimento de Campina Grande, no Agreste paraibano, e mais 18 cidades da mesma região. Por conta do baixo volume, a população abastecida está enfrentando um racionamento de água desde o mês de dezembro de 2014. Na última segunda-feira (18), o racionamento foi ampliado.
De acordo com o presidente da Aesa, João Fernandes, a crise já era algo que estava sendo previsto devido às poucas chuvas que caíram nos últimos cinco anos. Apesar de este ser o pior volume da história, o presidente diz que a situação está sendo controlada.
“Até dezembro deste ano ou janeiro de 2017, o açude deve chegar ao nível de 20 milhões de metros cúbicos de água. Mas é claro que tudo isso depende, pois pode chover. Uma de nossas esperanças maiores é a tranposição das águas do Rio São Francisco, mas vale destacar que a água não vai chegar no dia em que a obra ficar pronta. Levará mais um tempo”, disse ele.
Sobre a previsão de chuvas na região do Cariri paraibano, onde fica a bacia que leva água para o açude de Boqueirão, o presidente da Aesa disse que ainda era cedo para dizer que as chuvas vão melhorar a situação do manancial. Ele destacou que além do consumo humano, o açude perde volume com o próprio processo natural de evaporação.
“Quando se trabalha com previsão em meteorologia, pode existir uma certeza maior se for no prazo de até três dias. Como estamos falando de meses, não podemos dizer, com certeza, se vai chover ou não. Identificamos a presença de um fenômeno que pode trazer chuvas para o Norte e Nordeste do Brasil, mas, apesar da esperança, temos que ter prudência para não iludir a população. Enquanto não melhorar, tem que racionar”, disse João Fernandes.