Enquanto o mundo se debruça na luta em preservar o meio ambiente, no Brasil, a olhos vistos a realidade é outra.
A ministra Tereza Cristina, da agricultura, que até então vinha apresentando um pouco de sensatez defendeu a tese “o boi-bombeiro”. Segundo ela, “aconteceu um desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca, e, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, teria sido um desastre menor”. Isso significa dizer que quanto mais “baba e boca de gado”, menor a probabilidade de incêndio.
Essa teoria, porém, não procede. Alguns especialistas afirmam que a criação de gado aumentou no Pantanal nos últimos anos, ao invés de diminuir — o que contradiz a ideia de que o boi pantaneiro seria fundamental para impedir incêndios.
Na verdade, um dos principais motivos para os incêndios é o clima: o Pantanal vive a pior seca dos últimos 60 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Nessa batalha de defesa do meio ambiente e da vida animal não custa prestar atenção na falta de interesse por parte do governo com essa questão. Não houve um plano para amenizar essa tragédia.
A propósito, quando o assunto é a vida temos visto um descaso total. Além da morte da mata nativa e vida animal, atingimos também mais de 150 mil mortes por covid-19, sem ao menos saber com precisão essa totalidade.
É bem provável que devido a subnotificação já tenhamos atingido esse número há algumas semanas.
Se em um país que dias atrás ouviu do próprio presidente que ‘peixe desvia do óleo’, não é novidade termos agora o “boi-bombeiro”.
Para essas teses sem comprovação científica, somente uma chuva de conhecimento para alagar os pensamentos e quem sabe também o solo pantaneiro que arde em chamas.
(Me. Ivan Alexandrino)