(Serra Branca-PB) – “No meu Cariri/ Quando a chuva não vem/ Não fica lá ninguém/ Somente Deus ajuda/ Se não vier do céu/ Chuva que nos acuda/ Macambira morre/ Chique-chique seca/ Juriti se muda”.
A canção de Dilú Melo e Rosil Cavalcanti, lindamente interpretada por Marinês ou Clara Nunes, já representou muito a a vida, o povo e a natureza do Cariri paraibano, terra de poetas, cantadores e repentistas.
Hoje, a região, com nova face econômica e consciente de seus potenciais, tal qual seus menestreis ergue a voz para dizer em prosa mesmo que quer ser ouvida e participar do mapa do desenvolvimento econômico paraibano.
Foi o que ouvi, direto na fonte, in natura, de alguns dos seus líderes locais durante passagem com a Hora H, da Rede Mais Rádio, por Serra Branca, no projeto jornalístico de desbravamento da Paraíba mais profunda.
Prefeitos já não se contentam mais com passagem molhada, cisternas ou pequenas obras. Novos atores da cena política regional, pregam que o Cariri pode e merece mais.
Ao invés de obras pontuais, sobrevoa o chão cinza uma consciência coletiva da prospecção de projetos comuns, orbita entre mandacarus e macambiras ares de desenvolvimento integrado. Ou o que este espaço vem defendendo como o desenvolvimento do interior do Interior, que precisa alcançar e contemplar muito além das cidades polos.
O Cariri, que ainda não viu, ressente-se aguarda o experimento da próxima fase econômica da Transposição, via a exploração da água para produção agrícola, já sabe que a questão não é só a chuva, o clima, o tempo e nem São Pedro.
Com criatividade para transformar adversidades históricas em oportunidades, o caririzeiro não quer mais deixar sua terra. Nem mesmo no último pau de arara que por aqui nem existe mais. O que existe e resiste é a fome: fome de crescer, se desenvolver e viver no próprio chão e pátria.