OLHO VIVO

SÃO JOÃO DE MONTEIRO

          Por Simorion Matos
Com sua visão empreendedora a prefeita Edna Henrique anuncia mais uma edição do São João de Monteiro – O Melhor de Todos os Tempos, que movimenta a cidade, atrai turistas e aquece a economia local.

O detalhe é que o evento, apontado entre os melhores da Paraíba, é realizado anualmente pela Prefeitura sem comprometer as finanças do município, graças principalmente ao equilíbrio financeiro da administração municipal.

Durante o período junino a cidade praticamente triplica o seu movimento, enchendo pousadas, bares e restaurantes. O comércio aquece as vendas e o setor de serviços gera empregos temporários. Quem compara o crescimento de Monteiro nos últimos 6 nos, constata que os eventos têm contribuído bastante para o desenvolvimento da Cidade do Forró.

INSEGURANÇA TOTAL

O clima de insegurança na Paraíba, especialmente na mesorregião polarizada por Campina Grande, alcançou níveis dramáticos e os episódios ocorridos recentemente mostram claramente uma realidade nua e crua que precisa ser melhor avaliada, especialmente por parte dos poderes públicos.

Numa cidade que é referência nacional como centro universitário e tecnológico, universidades tiveram que fechar suas portas e estudantes ficaram trancados em casa, com medo de andar pelas ruas.

O deputado Janduhy Carneiro (PTN), falou em pedir intervenção da força nacional, enquanto o deputado João Henrique (DEM) cobrou uma ação mais eficaz do governo estadual para restabelecer a ordem pública.

Em nota o governo rebateu a maioria das informações que vieram da cidade, taxando de boatos, afirmando que a segurança pública está sob controle.

O “INEXPRESSIVO” ELIMINA O GIGANTE

A eliminação do Corinthians nas oitavas de final da Copa Libertadores da América, diante do Guarani do Paraguay, é uma dura lição para aqueles que alimentam a prepotência e esquecem os padrões de humildade que devem ser aplicados nas atividades humanas.

Quando soube que o adversário seria o “inexpressivo” time paraguaio, os corintianos comemoraram com antecipação uma vitória. O resultado, na prática, foi bem diferente e o bi-campeão mundial de clubes sofreu duas humilhantes derrotas, uma inclusive em sua própria casa.

Quem canta vitória antes do tempo pode vivenciar surpresas nem sempre agradáveis.

NOVA GERAÇÃO DE COMUNICADORES

Na semana passada registramos os 25 anos da Rádio Santa Maria, citando comunicadores que muito contribuíram para o sucesso da emissora.

Por uma questão de reconhecimento destacamos também o jornalista Fábio Brito e o radialista Edglay Bezerra, que em período mais recente fizeram com muita competência o jornalismo da pioneira do Cariri.

UMAS & OUTRAS

A magia do cinema nos anos 60

Duas casas de projeção, em épocas distintas, proporcionaram encantamento e diversão em Monteiro. Primeiramente, o cinema de Chico Venâncio, com projetor de 16mm. Era localizado no prédio onde hoje funciona o Teatro Jansen Filho.
Quando Chico Venâncio deixou de exibir filmes, o prédio passou um certo tempo desativado. Depois o cinema foi reativado por Ju de Silva Brito. Na reabertura foi exibido o filme Doutor Jivago, com Omar Sharif, Julie Christie e Geraldine Chaplin.

No início dos anos 60 o empreendedor José Galdino da Silva nos brindou com o majestoso Cine Galdino, considerado na época um dos melhores do interior. O Cine Galdino tinha cadeiras no salão térreo e no piso superior. Dois grandes projetores de 35mm e tela gigante cinemaScope.

Entre os garotos da cidade eu era privilegiado. O meu pai, Tenente Simões e meu irmão, Naon, operavam os projetores. Isto me dava o direito de muitas vezes, à tarde, assistir ao filme antes da exibição normal, que acontecia à noite. É que, à tarde, eles conferiam todo o filme, para checarem se a fita estava sem qualquer problema. Eu ficava de bituca, vendo tudo. Os latões com os filmes vinham no trem, de Recife até Sertânia. De lá até Monteiro, eram trazidos no carro de Antônio Feliciano.

Era a época de ouro do faroeste, dos dramas. O cinema nacional, com sonoridade precária, apresentava Oscarito, Zé Trindade, Mazzaropi, Grande Otelo, entre outros.

Na entrada, Dona Daura Viana recebia os bilhetes de ingresso. O público se dividia. Os casais, os ´bem comportados` ocupavam as cadeiras do térreo. Já ´os mais afoitos` preferiam o piso superior. Diziam as línguas ferinas que alguma moça que fosse com o namorado assistir o filme na parte superior do cinema, estava com “má intenção”. As que iam, ficavam “faladas”.

Se, durante o filme, a fita quebrasse ou acontecesse algum defeito, a algazarra era grande. A luz do salão era acesa prontamente, e só apagava para o reinício do filme.

Atento a tudo, Severino Carrabé vigiava o salão. Com sua potente lanterna, focava na cara de quem acendia um cigarro ou colocava o pé numa desocupada cadeira vizinha.
Assim era o Cine Galdino. Antes de entrar para a sessão, valia a pena saborear o sorvete de Sebastião Targino, se abastecer nos carrinhos de pipoca e de guloseimas ou tomar um refrigerante no bar de Augusto Galdino. Os colecionadores aproveitavam para conferir os gibis mais recentes, espalhados na calçada do cinema.

Tempos mágicos aqueles, que deixaram boas recordações. Os protagonistas já se foram. Zé Galdino viajou, buscando as Pilastras Do Céu.
Tenente Simões foi embora com seu amigo Rosil Cavalcante. Ao encontrar Aldo Falcão, relembrou 2001, Uma Odisséia no Espaço. Naon não esperou as Luzes da Ribalta.
E Severino Carrabé levou consigo a lanterna que era alimentada por pilhas Ray O Vac. Hoje certamente ele acenderia uma caneta a laser. Porque vivemos Tempos Modernos.

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