QUAL SERÁ O DISCURSO DA OPOSIÇÃO EM MONTEIRO?
Por Simorion Matos
Já começa a movimentação para a campanha municipal e, em Monteiro, cidade que tem o maior eleitorado do Cariri paraibano, a expectativa é sobre o discurso que a oposição adotará para combater a candidatura a ser apoiada pela prefeita Edna Henrique e pelo deputado João Henrique.
Nas campanhas de 2008 e 2012 o bloco dos que hoje fazem oposição bombardeou a opinião pública com a idéia de que Edna Henrique não era de Monteiro e que a gestão municipal teria que ser conduzida por alguém que tivesse nascido na Princesa do Cariri. O eleitorado não absorveu essa mensagem e Edna foi eleita duas vezes como prefeita de Monteiro. Tem demonstrado ser uma grande monteirense, com uma administração desenvolvimentista, dando a Monteiro ares de cidade grande.
Além de não ter funcionado nas vezes anteriores, o discurso de “forasteiro” também não deverá funcionar no próximo ano, pois quem vier a ser o candidato ou candidata com apoio da atual prefeita certamente terá nascido em Monteiro, tese mais provável diante dos nomes comentados até o momento.
Argumentos muito bem arranjados precisam buscar os oposicionistas, para convencer o eleitorado de que é preciso mudar. O funcionalismo, valorizado e capacitado, recebe rigorosamente em dia desde 2009 até agora, o que fortalece a economia local. Dezenas de ruas foram pavimentadas, as escolas receberam computadores e outros equipamentos, a saúde foi muito melhorada e fortalecida e a frota municipal ampliada. A cidade ganhou recentemente uma creche que é modelo, o trânsito foi sinalizado e a iluminação pública tem recebido ótimos investimentos, inclusive com uma nova iluminação ornamental. Os eventos atraem turistas. A zona rural vem recebendo muitas melhorias. Os programas sociais atendem milhares de pessoas.
Se o trabalho realmente provoca resultados positivos para uma gestão pública e credencia o gestor a indicar alguém para dar continuidade ao seu trabalho, a oposição em Monteiro não vai encontrar muita facilidade para convencer o povo da necessidade de mudança.
UMAS & OUTRAS
Cícero do Norte, professor de ciências ocultas
O boêmio Cícero do Norte tinha, entre diversas atividades, o ofício de cambista do jogo do bicho. Achou pouco e resolveu ser também professor de ciências ocultas. Comprou búzios, defumadores, bola de cristal, montou um peji e deu início às atividades.
Nos trabalhos da umbanda e da quimbanda o “leão”, como era mais conhecido, usava o nome de Professor Moreira. Não fazia propaganda dos seus trabalhos, preferia atuar mais na surdina, porém já tinha uma boa clientela.
Mesmo trabalhando como “mestre espírita”, o Professor Moreira não abria mão de ser o Cícero do Norte que tomava suas cachaças, jogava baralho nos cassinos de Carretão e de Zé Maracajá, freqüentava o cabaré e, ao lado de Belo Péia e outros parceiros, arriscava umas fichas na roleta de Pinincha.
Nos anos 90 eu dirigia a Rádio Santa Maria e apresentava dois programas: um jornalístico, Mesa de Debate, das 12h às 14h e Noite de Saudade, de 22h às 24h.
Cícero do Norte, ou melhor, professor Moreira, que era meu amigo pessoal e colega de farra, pediu um espaço na rádio para falar sobre os seus trabalhos nas ciências ocultas, para que ele ficasse mais conhecido. Combinamos para a sexta-feira no programa do meio-dia.
No dia marcado, já na hora do programa, o professor mandou um recado que iria dar a entrevista no programa Noite de Saudade e que eu já poderia anunciar a sua presença.
Começamos às 22 horas o programa que era dirigido aos saudosistas e logo na abertura anunciei: HOJE TEREMOS UMA ENTREVISTA COM O FAMOSO PROFESSOR MOREIRA, MESTRE DAS CIENCIAS OCULTAS, QUE CHEGOU RECENTEMENTE DA BAHIA.
Por volta das 23 horas chega ao estúdio o professor Moreira todo vestido de branco, um colar enorme no pescoço, turbante na cabeça e os dedos cheios de anéis. Logo na chegada, por experiência própria, conheci que ele estava meio taliscado, isto é, tinha tomado umas.
Feita a apresentação, começamos a entrevista e perguntei: – Professor Moreira, qual a sua experiência nas ciências ocultas?.
Ele deu um pigarro e respondeu: – Sou mestre formado pela Federação dos Cultos Africanos da Paraíba, fui batizado na Cachoeira de São Felix na Bahia e tenho meu peji .
Perguntei: – Professor, quais são os trabalhos que o senhor faz?
Ele respondeu: – Eu decifro o passado, o presente e o futuro, acho animais e objetos desaparecidos, resolvo amores não correspondidos, tiro quebranto, resolvo negócios atrapalhados e abro os caminhos de quem está em dificuldades.
Ai eu fiz a pergunta chave, em tom de provocação: – E o senhor cura o vício da embriaguêz?
– NÃÃÃÃÃO. Essa doença é incurável, não tem remédio para ela, o maior doente dela sou eu mesmo. – sacramentou o professor, encerrando a entrevista.