CAÇADO, CÁSSIO QUER CASSAR
Por Simorion Matos
Votei em Cássio Cunha Lima para governador em 2002, 2006 e 2014 e votaria novamente, por uma questão de simpatia e admiração, mas devo reconhecer que o líder tucano paraibano não vive um bom momento na política.
Em 2009, após julgamento de embargos no T S E, teve seu segundo mandato de governador cassado em definitivo.
Caçou um novo mandato e em 2010 elegeu-se senador com 1.004.183 votos, mas teve o seu registro de candidatura negado com base na Lei Ficha Limpa, ficando impossibilitado de assumir o cargo de imediato. Em 2011 com a decisão do Supremo Tribunal Federal de não retroagir a Lei Ficha Limpa fazendo a mesma valer somente a partir das eleições municipais de 2012, assumiu o Senado Federal.
Em 2014 candidatou-se para mais um mandato de governador da Paraíba e durante a campanha, era considerado como franco favorito para vencer a eleição, liderando a maioria das pesquisas e na qual terminou o primeiro turno como o candidato mais votado, mas foi derrotado no segundo turno pelo seu ex-aliado político e governador candidato à reeleição Ricardo Coutinho.
Caçado nas urnas em 2014, Cássio agora quer cassar o governador Ricardo Coutinho com ações no TRE. Seria reverter no tapetão o resultado da vontade popular, a exemplo do que lhe foi imposto quando era governador.
Pela experiência própria, Cássio deve ter uma noção exata se tem fundamento a cassação que ele está caçando.
PRÉ-CANDIDATURAS EM MONTEIRO
Lideranças admitem que a cidade de Monteiro realmente respira política 24 horas por dia. Por isso, faltando 15 meses para as convenções partidárias, 5 nomes já são comentados no moído como pré-candidatos à Prefeitura Municipal.
Pela oposição cogitam-se os nomes de Carlos Batinga e de Juraci Conrado. Pelo grupo da situação, cita-se o vereador e empresário Paulo Sérgio, a secretária/vereadora Lorena de Doutor Chico e o vice-prefeito Cajó Menezes.
Todos têm histórico político considerável: Batinga foi prefeito e deputado. Conrado, vereador mais votado em 2008. Paulo Sérgio, ex-presidente da Câmara, foi o mais votado em 2012, enquanto Lorena tem como herança o fato de ser filha do ex-prefeito Dr. Chico. Já Cajó Menezes vem de uma linhagem tradicionalmente política. É neto do ex-prefeito Alcindo Bezerra de Menezes, filho do ex-prefeito Jorge Rafael de Menezes e irmão do ex-vice prefeito e ex-presidente da Câmara, Fred Menezes.
DIREITO EM MONTEIRO
Providencial e oportuna a defesa feita pela prefeita Edna Henrique junto ao reitor Rangel Júnior, pela implantação do curso de Direita em Monteiro, pela UEPB.
Uma luta que não deve ser apenas da prefeita e do deputado João Henrique, mas de todas as lideranças de Monteiro e do Cariri, acima das questões partidárias.
UMAS & OUTRAS
Firmo Batista de Lima foi um dos grandes poetas de Monteiro. Vendedor de jóias, brincalhão, sempre que estava numa roda de amigos, ficava contando estórias, geralmente de valentia.
Gostava de mexer com os colegas cantadores, muitas vezes fazendo versos somente para provocá-los. Quando o colega demonstrava estar com raiva, Firmo caia na risada.
Certa vez, por conta de um verso em decassílabo, o poeta quase ia preso. Cantoria na bodega de Serafin, na rua de Campina. Cantavam Firmo Batista e cabo Edésio Vicente, poeta negro que era militar.
A noite era fria, com ameaça de chuva e tinha pouca gente na cantoria. Sonolento por causa do pouco movimento, Serafin já estava doido pra fechar a bodega.
Nisso, chega Severino Bezerra, comerciante e vereador, grande incentivador da poesia popular. Tentando animar o ambiente, Severino colocou um dinheiro na bandeja dos cantadores e pediu um desafio bem malcriado.
Os poucos ouvintes que estavam no salão bateram palmas. Empolgado e sem medir quem estava enfrentando, cabo Edésio ripinicou a viola e terminou o verso dizendo:
“Hoje Firmo Batista vai saber
O poder de um poeta militar”.
A resposta de Firmo foi rápida e suficiente para acabar a cantoria:
“Severino Bezerra vem pagar
Para que eu derrube do trapézio
Esse cabra chamado Cabo Edésio
Que é soldado e inventa de cantar.
Bem mandado, eu vou logo começar
Lhe chamando de nêgo corta-jaca.
Fedorento igualmente uma ticaca
Cujo verso eu recolho no pinico
E empurro uma brasa de angico
Nesse rolo de fumo Arapiraca”
Constrangido, tremendo e branco feito a vela do Santíssimo, o Cabo Edésio levantou-se, encostou a viola e usando a prerrogativa de autoridade, sentenciou:
– Têje preso. Firmo, me respeite que eu sou uma autoridade.
Aí, não houve mais cantoria. E Severino Bezerra foi o conciliador, evitando que um cantador levasse um colega para a cadeia, por causa de um verso malcriado.