Um funcionário do Detran e um agente da Polícia Rodoviária Federal estão sendo procurados pela Polícia Civil da Paraíba por envolvimento com a quadrilha que fraudou pelo menos 70 concursos em vários estados brasileiros e já movimentou aproximadamente R$ 21 milhões. As informações foram passadas em uma entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (15) na Central de Polícia, em João Pessoa. Estiveram presentes na entrevista, os delegados Marcos Paulo, Vanderleia Gadi e Lucas Sá
Erideywyd Henrique Omena Ferreira da Silva é funcionário do Detran e responde por tráfico e homicídios em Alagoas. Tem uma construtora usada pra lavar dinheiro. A polícia quer identificar imóveis em nome dele, sequestrar e leiloá-los.
Já Marcos Vinícius Pimentel dos Santos, é agente da PRF e também é um dos líderes da quadrilha. Segundo a polícia, ele lucrava 25% dos valores arrecadados. Além de fazer parte do bando, ele conseguiu aprovar a filha, Mayara Rafaelle, no vestibular de medicina. A jovem foi ouvida e informou que recebeu o ponto eletrônico do pai.
Além destas informações, a polícia detalhou a participação das seis pessoas que foram presas nessa sexta-feira (12). São eles: Dayane Nascimento de Souza, Poliane de Alencar,Sérgio Firmino, Luis Paulo Silva, Diones Leite de Lima e Alexandro Camilo de Sousa.
Dayane tinha um carro financiando em nome de Alexandro; um seguro em nome de Vicente, um dos líderes da quadrilha e com quem ela foi casada. Ela ainda emprestou seu carro para levar candidatos ao concurso do MPRN. Dayane é fiscal em Santa Rita, mas já atuou como guarda civil em Bayeux.
Poliane de Alencar e Sérgio Firmino são um casal de policiais militares. Ela foi citada no interrogatório de Dayane como pessoa importante na quadrilha. Foi aprovada em vários concursos. Já Sérgio, foi aprovado e exerceu função de guarda municipal em Bayeux. Eles vão responder pelo crime de peculato, que tem pena de dois a doze anos de reclusão.
Além destes três, há ainda Luís Paulo, que passou no concurso da Polícia Civil de Sergipe e aguardava nomeação. Diones, que é funcionário do Detran, e Alexandro, funcionário do IBGE.
A Operação Gabarito investiga a atuação de uma quadrilha que fraudava concursos públicos em várias cidades. Os candidatos interessados na fraude pagavam valores equivalentes a dez vezes o salário que iriam receber, no cargo para o qual estavam concorrendo. Com isso, cada candidato recebia o gabarito da prova, passado por meio de ponto eletrônico, no dia da avaliação, além de diplomas e outros títulos que fossem necessários para assumir o cargo.