O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (4) que a Paraíba registrou a notificação de 5.427 casos de dengue entre 1º de janeiro e 18 de abril deste ano. O quadro na vizinhança do estado, no entanto, preocupa: os três estados que fazem divisa com a Paraíba somam 54.053 casos.
No Nordeste, o maior estado com maior número de registros é Pernambuco, onde o número chega a 24.340, seguido da Bahia (20.746), Ceará (20.913) e Rio Grande do Norte (12.394), onde o quadro já é considerado epidêmico, com 363,6 casos para cada 100 mil habitantes.
Segundo a gerente executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Renata Nóbrega, a situação nos estados vizinhos faz aumentar a necessidade de monitoramento dos casos suspeitos na Paraíba. Segundo ela, o número de notificações este ano já aumentou em relação ao ano passado e a SES observa um maior comprometimento dos profissionais de saúde em fazerem os registros. “Precisamos monitorar especialmente os casos graves, mas os números em geral ajudam para que as ações de vigilância sejam intenstificadas”, explica.
A Secretaria também divulgou um balanço da doença nesta segunda-feira, mas em relação ao período que segue até 27 de abril. De acordo com o relatório, foram notificados 6.052 casos suspeitos de dengue, sendo 641 descartados. Uma morte foi confirmada, registrada em Alhandra, e outras seis estão sob investigação. Também foram notificados seis casos suspeitos de Febre Chikungunya, mas cinco já foram descartados e um continua sob investigação.
Reconheça os sintomas
Diagnosticar a dengue com rapidez é uma das chaves para combater a doença com maior eficácia. O primeiro passo para isso é conhecer como a infecção se manifesta.
Se os sintomas forem reconhecidos, é fundamental procurar um médico o mais rápido possível. Em geral, a doença tem evolução rápida.
Por isso, saber antes pode fazer a diferença entre a ocorrência de um mal menor e consequências mais graves, principalmente no caso de crianças.
Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. Eles causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, uma pessoa só pode ter dengue quatro vezes.
70% a 90% das pessoas que pegam a dengue pela primeira vez não têm nenhum sintoma. Nos casos mais graves, a doença pode ser hemorrágica ou fulminante, levando à morte.
Os principais “sinais de alerta” da doença são dor intensa na barriga, sinais de desmaio, náusea que impede a pessoa de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.
Diagnóstico precoce
É essencial fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – como o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue.
A contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.
O exame de sangue, por si só, não determina se o paciente está com dengue ou não. É preciso diagnosticar também os sintomas. Esses dois fatores vão determinar as condições do paciente.
O período crítico da doença é quando a febre do paciente diminui. Se a febre passar e o paciente tiver muita dor na barriga, ele está num estado grave mesmo sem sangramento. Esse poder ser um problema no atendimento primário nos hospitais porque geralmente as pessoas com febre são atendidas prioritariamente.