PBTur visita cidades do Congo e Monteiro para conhecer Rota Cariri Cultural

As cidades do Congo e Monteiro foram visitadas na última semana de agosto por uma equipe técnica da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur). O objetivo da visita foi conhecer o produto turístico formatado e implementado pela Cooperativa de Turismo e Lazer Paraíso da Serra (Cooparaíso). Desde 2011, a Rota Cariri Cultural – “Entre pedras e veredas” vem atraindo turistas de todo o Brasil que buscam de conhecer de perto a Caatinga, os lajedos, a gastronomia e as origens do homem da Região.

A equipe da PBTur foi recepcionada pelo empresário Allison Pereira, um dos fundadores da Cooparaíba, também guia e proprietário da pousada Paraíso da Serra. O meio de hospedagem é o ponto de partida para os três roteiros oferecidos aos turistas. Allison Pereira explica que os roteiros têm em comum as trilhas por entre a Caatinga, visitas às comunidades rurais que mantêm intactos costumes seculares como a música e dança, a cultura, a gastronomia e a agropecuária.

O primeiro roteiro conhecido é o da Serra da Engabelada. “Tivemos a preocupação em sinalizar todas as trilhas. O acesso é feito por meio de transporte adaptado para região. A proposta é oferecer todo conforto ao turista”, explica o guia que faz questão de contar quem foram os primeiros habitantes da região do Cariri paraibano. “Essas terras eram povoadas pelos índios Cariris e os Xukurus. As duas tribos eram rivais. Uma apoiava os portugueses (Cariris) e a outra os holandeses (Xukurus). Teve uma guerra e os Xukurus foram para as terras que ficam em Pernambuco”, detalhou. Enquanto a comitiva segue o roteiro, a Serra da Engabelada parece acompanhar de longe os turistas.

“O nome da serra tem origem indígena. Quer dizer que em qualquer ângulo que você mirá-la, vai vê-la numa posição diferente. Por isso, engabelada, que engana. Os índios Cariris deixaram muitos rastros por aqui”, garante. Um desses registros está impresso na ‘Pedra do Letreiro”. São inscrições rupestres, rudimentares. A imagem que mais se destaca é um sol estilizado. “Essas pinturas são estudadas desde o século XVIII por religiosos franceses e nossa maior luta é mantê-las intactas e disponíveis para os visitantes”, explicou o guia.

Ossos, Coco de Roda e hospitalidade – Essa etapa do primeiro roteiro termina na hora do almoço. Mas, dá tempo de conhecer a Comunidade do Algodão. Nesse pequeno povoado as mulheres apresentam um Coco de Roda que vem desde o período dos Quilombolas. Na hora do almoço, Allison apresenta a Fazenda São Joãozinho, que na realidade é um ponto de apoio, caso os turistas optem em pernoitar no local. Na sequência do roteiro, o guia apresenta a Pedra do Caboclo. Na verdade é uma sobreposição de rochas enormes que formam uma pequena caverna. No local é possível encontrar pedaços de ossos. Segundo Allison Pereira, o local é um antigo cemitério indígena.

Monteiro, Pedras e Zabé da Loca – Os dois outros roteiros idealizados pela Cooparaíso estão na região da cidade de Monteiro. Novamente, o ecoturista vai conhecer trilhas únicas, conversar e ver de perto personagens contadores de histórias da região, além de degustar os pratos típicos do Cariri. Esses são os principais ingredientes da Rota Cariri Cultural.

Na Comunidade do Assentamento Santa Catarina o destaque é a Pedra da Lua. É uma pedra enorme em forma de concha, que também possui inscrições rupestres. O que chama mesmo a atenção dos visitantes são as perfurações ovais, perfeitas. “É um enigma”, define Allison. Saindo da comunidade, o roteiro prevê uma visita ao Memorial de Zabé da Loca. O complexo inclui um restaurante, o memorial que guarda pertences pessoais de Zabé e uma visita ao local onde ela viveu por várias décadas com os filhos pequenos. O local está preservado e chama a atenção dos visitantes.

As visitações no Assentamento incluem uma caminhada de 20 minutos até a Pedra dos Índios. Mesmo com a subida bastante íngreme, vale o sacrifício. O visual é único! Dá para ver um pôr do sol inesquecível e místico.

Pedra do Peru – De acordo com os guias do Rota Cariri Cultural, a pedra fica localizada a 8 km da cidade de Monteiro e o local é conhecido pelos praticantes de rapel, escalada e trilhas ecológicas. O local recebe turistas interessados em praticar esportes e aqueles que buscam o contato intenso com a natureza. Allison Pereira informou que a Rota Cariri Cultural já possui um perfil no Facebook (Face/RotaCaririCultural) e que o site (ww.rotacariricultural.com.br) em breve vai estar à disposição dos turistas.

Caso de sucesso – O diretor de Maketing da PBTur, Luciano Lappa, aprovou os três roteiros formatados pela Cooparaíso. Ele explicou que a iniciativa dos empreendedores do Congo e Monteiro é um exemplo a ser seguido por quem deseja trabalhar com turismo. “A PBTur tem a função de divulgar o produto pronto. O que temos aqui na região do Cariri é um exemplo que pode ser massificado a médio e longo prazos. O Sebrae Paraíba já oferece um suporte aos empreendedores. Existem pequenos detalhes que precisam ser aprimorados, mas que em nada impedem o crescimento e divulgação da Rota Cariri Cultural”, afirmou.

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