A Polícia Federal prendeu em Uberlândia (MG), nesta sexta-feira (19), o suspeito do maior vazamento de dados do Brasil. De acordo com a investigação, o hacker, conhecido como Vandathegod, é responsável pela divulgação de informações de 223 milhões de brasileiros.
Além da prisão, a operação da PF, batizada de Deepwater, cumpre cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Petrolina (PE) e Uberlândia (MG). A suspeita é que autoridades públicas estejam entre os alvos dos criminosos.
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF. A investigação é realizada pela Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal.
Os investigadores identificaram que, em 2021, dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas foram disponibilizados em um fórum na internet. A página é especializada em troca de informações sobre atividades cibernéticas.
Nesse site, eram apresentadas informações de pessoas físicas e jurídicas, como CPF e CNPJ, nome completo e endereço.
De acordo com a PF, a divulgação de parte dos dados sigilosos foi feita gratuitamente por um usuário do fórum que, ao mesmo tempo, expôs a venda o restante das informações sigilosas — elas poderiam ser adquiridas com criptomoedas.
Após diligências, a Polícia Federal identificou o hacker suspeito de obter, divulgar e comercializar os dados, assim como outro hacker que estaria vendendo os dados por meio suas redes sociais.
Nesta sexta, os policiais apreenderam equipamentos eletrônicos, como dispositivos de armazenamento e um computador.
Em 28 de janeiro, a Polícia Federal recebeu pedido da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para abrir a investigação contra o vazamento dos dados.
O órgão é responsável por zelar pela proteção de informações pessoais e por implementar e fiscalizar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil.