É muito difícil definir ou mensurar o conceito de grande e pequeno. Tudo é muito relativo e a depender da situação pode-se duvidar de tudo.
Ao comparar o tamanho de uma abelha e o seu trabalho com um elefante e o espaço necessário para sobrevivência temos a certeza de que a definição de maior e menor é mesmo muito complexa.
Não é estranho e nem pejorativo portanto, definir cidades do interior como “pequenos municípios”. Significa apenas ter menos habitantes, apesar de possuir o mesmo conceito de cidade.
Politicamente esses municípios possuem geralmente dois grupos políticos e que de certa forma se alternam no poder da cidade. O povo é sempre levado a um voto “político” em detrimento do voto consciente (ideológico, eleitoral). Uma terceira via sempre é descartada, vista sempre como o “já nasce morta”.
O reflexo dessa situação fica evidente na elaboração do plano de governo, que sequer é discutido durante o período eleitoral com a população e muito menos executado após a vitória, prevalecendo muitas vezes o lado pessoal, amigável até… Ou aquele velho domínio oligárquico conhecido de todos.
Haveria um processo de estreitamento mental nas pessoas? Como enxergar os benefícios ou qualidades que um candidato pode trazer para o município sem ao menos analisar as práticas que aquele grupo desenvolve em sua cidade?
Não caberia ao eleitor perceber essa armadilha que prevalece anos a fio, o que torna cada cidadezinha sempre com as mesmas características?
O fato é que um bipartidarismo político, temporário ou não, sempre impede o desenvolvimento desses municípios.
Para que essa situação mude é necessário que o eleitor avalie sem fanatismo o perfil do candidato, o grupo que ele representa, o envolvimento com a comunidade, participação em ações sociais e aplicação dos recursos destinados ao seu município.
Em época de eleição em cidades menores é comum o estreitamento das relações entre seus moradores, e a disputa muitas vezes extrapolam o bom senso.
Geralmente fatos relevantes, marcantes sempre ocorrem. Às vezes mudam o curso do pleito, outras apenas desestabilizam temporariamente a população e os grupos.
A propósito, esta semana a cidade de São Sebastião do Umbuzeiro acordou sobre a inelegibilidade de um dos seus mais ilustres filhos. Chico de Mariano, político tradicional, amigo do povo, com mais de trinta anos de vida pública e serviços prestados, 8 mandatos. Corre nas calçadas e na boca miúda um enorme sentimento de tristeza da população.
Político de boa índole, que compreende os desejos da população e faz da política uma trajetória de vida. Sem muita filosofia, sempre está ao lado do povo, pois conhece como poucos a necessidade dos moradores daquela cidade. É um político genuíno, de caráter ilibado, carismático, motivos que o coloca no topo de seus eleitores e até de adversários como figura carimbada dos pleitos em São Sebastião do Umbuzeiro.
Se esse repentino acontecimento mudará os rumos políticos daquele município só o tempo dirá. Aliás, os habitantes da pequena cidade, surpresos ou não, serão ‘sempre’ os donos do destino dela, cabendo somente a eles fazerem juízo e colocarem no poder os seus legítimos escolhidos.
Certo mesmo é que a novidade tempestiva agitou o mundo político do povo são-sebastianense.
(Me. Ivan Alexandrino)