Por Simorion Matos
Estamos vivenciando momentos decisivos na política paraibana e os últimos acontecimentos nos mostram novas realidades e condutas modificadas.
Os políticos, que durante 3 anos e meio foram totalmente marginalizados pelo governo Ricardo Coutinho, de repente passaram a ser procurados e valorizados. E numa mistura que mais parece o samba do crioulo doido, quem antes era oposição passa a ser governo, enquanto muitos governistas de outrora hoje estão longe do Palácio da Redenção.
Cargos da administração, que antes eram nomeados com base em avaliação de currículos, passaram a ser preenchidos por indicação e opção política, quebrando um discurso que tentava mostrar a Paraíba em momento diferente.
E as amarrações políticas acontecem em tempo de folguedo junino, onde dois passos inesperados aconteceram nas últimas horas.
O governador Ricardo Coutinho deu um alavantú e foi à frente, fechando uma composição com o PT dos Cartaxo. Em compensação, o irmão do prefeito de João Pessoa como candidato a senador na chapa girassol.
Imediatamente o vice-governador Rômulo Gouveia, escanteado na disputa para o Senado, reagiu e fez um anarriê, dando um passo para trás e rompendo com o mandatário paraibano, voltando ao ninho tucano e anunciando o seu apoio a Cássio Cunha Lima.
Neste final de semana os minutos serão decisivos no jogo político. É chegada a hora das convenções, das definições sobre coligações, do fechamento de acordos e de apoios.
Uma coisa parece certa. Ricardo Coutinho, que passou três anos e meio sem dar cartaz à classe política, de repente parece ter sentido a necessidade de mudar essa prática. Para o governador e para o seu governo, nunca um agente político valeu tanto, seja ele senador, deputado, prefeito e vice, vereador ou até mesmo suplente.
Cada legenda vale ouro. Cada apoio se torna expressivo.
Político desprestigiado é coisa do passado. Na Paraíba político tem valor agora, na hora da onça beber água.