O aumento alarmante da criminalidade, que antes era um problema das médias e grandes cidades, se torna agora uma das maiores preocupações das autoridades municipais. Antes se falava em assalto, hoje, porém, agências bancárias estão sendo destruídas totalmente, com dinamite e outros artefatos, por grupos que portam armas de uso exclusivo do Exército e que não temem a justiça nem a ação policial.
Só na Paraíba, em menos de um ano, foram contabilizadas 116 ocorrências. Foram explosões em agencias do Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Correios e BNB, localizados nos municípios de Alagoa Grande, Alagoinha, Belém, Boqueirão, Caapora, Cabaceiras, Cacimba de Dentro, Camalaú, Conde, Cruz do Espírito Santo, Cubati, Cuité de Mamanguape, Cuitegí, Fagundes, Jacaraú, Juazeirinho, Lagoa Seca, Livramento, Mogeiro, Nauba, Olivedos, Olho D’Água, Pilões, Puxinanã, Remígio, São José de Caiana e Salgado de São Félix.
A União Brasileira de Municípios (Ubam) realizou reunião com vários prefeitos, entre eles, Zé Bento (Soledade), Paulo Dália (Juripiranga), Cláudio Chaves (Pocinhos) e Adaurio Almeida (Salgado de São Félix), que representam Consórcios de Municípios, decidindo pela criação dos conselhos municipais de segurança pública e solicitar uma audiência ao governador Ricardo Coutinho, com a participação da Famup, do superintendente Banco do Brasil, Santander, Correios, Bradesco e Caixa.
Segundo o presidente da Ubam, Leonardo Santana, a entidade enviou, na última sexta-feira (05), ofício a todos os prefeitos paraibanos, orientando-os a criarem os conselhos municipais de segurança pública, que serão compostos das principais autoridades que atuam nos municípios, objetivando traçar, em parceria com o Governo do Estado da Paraíba, Federação dos Bancos, Sindicato dos Bancários, Ubam e Famup, medidas preventivas, para evitar o fechamento de várias agencias bancárias no interior, obrigando a população a se descolar mais de 100 quilômetros para ter acesso a um posto de atendimento.
Para Leonardo, “algo tem que ser feito, e em caráter de urgência”. Ele destacou que vai propor ao governador a criação da polícia de fronteira, que seria uma forma de unificação das ações policiais civis e militares dos Estados vizinhos, a reestruturação da antiga Operação Manzuá e instituir uma agência de vigilância contra o crime 24 horas, visando interligar as cidades por um sistema de câmeras de alta resolução, nas principais vias de acesso, com alarme e acionamento por via satélite e a capacitação das guardas municipais, incluindo todo seu contingente num plano estadual de segurança e vigilância pública.
Ele garantiu que a Ubam vai lutar, junto a bancada federal e as assembléias legislativas, por investimentos do ministério da justiça e “recursos gerados por multas aplicadas pelos Procons municipais e estaduais, multas de trânsito e outras que somam mais de 100 milhões de Reais ao ano e que não se sabe, ao certo, a destinação desse dinheiro”.