A fusão entre o PSB e PPS do deputado Roberto Freire (SP) ainda não está totalmente descartada apesar da resistência de dirigentes socialistas. Na Paraíba, a fusão poderia provocar uma reaproximação política do governador Ricardo Coutinho com o vice prefeito de João Pessoa Nonato Bandeira.
Em entrevista nesta segunda-feira publicada no portal IG, o presidente nacional do PSB Carlos Siqueira, garantiu que está empenhado em ver os partidos liderados na Paraíba pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) e o vice-prefeito de João Pessoa Nonato Bandeira (PPS) marchando juntos em 2016.
Isso significa, de acordo com a cúpula do partido, que o PSB e o PPS farão um compromisso de apoio mútuo em todos os estados.
O objetivo é ter candidaturas próprias da coligação nas principais cidades brasileiras e ter, em pelo menos 15 capitais, candidaturas do PSB. “Temos, pelo menos, 15 nomes para prefeitos”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira, um dos principais negociadores da fusão.
A ideia de fusão, que havia sido abandonada há duas semanas, ganhou fôlego na última reunião da executiva nacional do partido, na quinta-feira (18), em Brasília. A maior parte dos presentes ao encontro se ressentiu da ideia não ter sido levada a frente. “Na reunião, muitos membros da executiva acharam que foi um erro suspender o processo e defenderam que a fusão continuasse”, disse Siqueira, ao portal IG.
Entre os que expressaram apoio à união com o PPS estão o governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollembergh, o ex-deputado Beto Albuquerque (RS), o senador Fernando Bezerra Coelho (PE), e o ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Pelo texto aprovado, os políticos serão autorizados a trocar de legenda até 30 dias após a promulgação da proposta de emenda à Constituição da reforma política.
Apesar de a proposta depender de mais uma aprovação na Câmara (2º turno) e de ser apreciada pelo Senado, também em dois turnos, senadores que participaram da reunião no PSB informaram que o clima no Senado é de aprovação.
As resistências à fusão, no entanto, permanecem. Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho está rompido politicamente com o vice-prefeito Nonato Bandeira .
Entre os que defendem a fusão com o PPS, o argumento mais comum é de que o presidente da legenda, Roberto Freire, foi o principal aliado de Eduardo Campos na campanha de 2014, apesar os apelos feitos por Aécio Neves de que o PPS estivesse na coligação tucana.
Os socialistas chegam a dizer que sem o PPS, a coligação de Campos talvez não se viabilizaria, já que contava somente com a adesão de poucas legendas pequenas. Campos morreu em plena campanha em um acidente de avião e coube a Marina Silva, abrigada pelo PSB, encabeçar a chapa.
Além das candidaturas as prefeituras das principais cidades, o PSB arma uma estratégia para pelo menos dobrar sua bancada no Senado, hoje com seis integrantes.