A Executiva Estadual do PSDB na Paraíba decidiu, por unanimidade, realizar consulta popular para definir se lança ou não candidatura própria ao Governo do Estado este ano. Os dirigentes se reuniram por mais de duas e meia na manhã desta segunda-feira (24) na sede do partido, em João Pessoa. Em entrevista coletiva, o senador Cássio Cunha Lima disse que essa consulta deve levar “de 20 a 30 dias” e que será iniciada logo após o Carnaval.
Outra decisão ratificada pela Executiva Estadual do PSDB foi a de que os filiados devem ocupar cargos de primeiro e segundo escalões que ocupam no Governo do Estado. Segundo o senador, não se trata de rompimento político com o partido do governador Ricardo Coutinho, mas um posicionamento ético do PSDB, para que a legenda fique à vontade sobre a consulta.
Logo após a reunião, sem a presença da imprensa e com acesso restrito apenas aos integrantes da Executiva Estadual do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima falou em nome da legenda aos jornalistas. Ele relembrou que permaneceu calado após o processo da cassação do seu mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não fez nenhum confronto com a gestão de José Maranhão (PMDB).
Segundo ele, em 2010 a aliança com o PSB e com outras legendas, para que o PSDB apoiasse o nome de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado, foi feita sobre uma carta-compromisso (de intenções). “Durante esses mais de três anos, não se apontará um único gesto meu que não tenha sido de contribuição, para que o governo tivesse os resultados desejados”, disse. “Não fiz embate fora de época. Cumpri minhas obrigações como senador, ao lado do senador Cícero Lucena”.
Cássio afirmou que “chegou a hora de ouvir o povo da Paraíba, que é quem tem a soberania do voto”. Ele disse que, após o Carnaval, será apresentado um calendário “não apenas à base partidária, mas também aos aliados e ao povo da Paraíba”.
Ele disse que o PSDB teme como apurar essa decisão de diversas formas. “Quanto mais os partidos estejam próximos da sociedade, mais eles têm capacidade de apurar a representação do sentimento da maioria da sociedade. É isso que o PSDB tem que fazer mais uma vez”, comentou. “Não existe rompimento, mas uma posição ética e clara de deixar os espaços no governo, para que o partido fique à vontade”.