A obra do viaduto do Geisel, em João Pessoa, segue com impasse entre o Governo do Estado e o Governo Federal. De um lado o governador Ricardo Coutinho (PSB) reivindica os R$ 17,8 milhões que foram retirados da conta do Estado e promete ir à justiça para recuperar o recuso, do outro o ministro das Cidades, Bruno Araújo, declara que a verba foi extraída para “melhor gestão do orçamento” e afirma que aguardará o transito em julgado da decisão se assim o governador der continuidade com a intervenção judicial.
A declaração dada através de nota pelo ministro foi entendida pelo governador como uma ameaça. Devido à morosidade da justiça brasileira, na concepção de Ricardo Coutinho, essa verba só deveria chegar aos cofres do Estado em 15 ou 20 anos. “A ameaça é não repassar nada. Porque se fomos apelar pela justiça, que é direito de qualquer cidadão, o governo só repassará o recurso após o transito em julgado, ou seja, daqui a 15 ou 20 anos. Isso é uma ameaça e eu não vivo de ameaça”, repeliu.
Na nota, o ministro destacou “que o governo afastado liberou a integralidade da verba sem que a obra estivesse com o nível de medição de acordo com os critérios necessários para o recebimento do valor questionado” e criticou o Governo do Estado por buscar receber “tratamento privilegiado em detrimento às centenas de obras pelo país”.
Ainda segundo o ministro a obra do viaduto só chegou a 22% da sua execução o que impediria a manutenção da verba de R$ 17,8 milhões. O governador rebateu afirmando que “por desconhecimento” o ministro se “equivoca”, já que segundo ele a execução da obra já ultrapassa 60%.
“O que tem 22% é o que a Caixa atestou. A aferição demora a ser feita. Faz de 30 dias ou em outras obras 45 dias. Mas o governo faz a medição e manda para a Caixa que manda para o governo federal e até este domingo a obra foi 62% executada”, disse.
O governador insinuou que o ministro está sendo “mal assessorado por políticos paraibanos” e afirmou que a discussão foi partidarizada. Ricardo citou o nome do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) para acusá-lo de tentar “boicotar a Paraíba”, já que segundo ele, o tucano, “prefere defender a retirada do dinheiro do que defender os interesses do estado”.
“A Paraíba não aceita que se retire o dinheiro que já estava depositado. Não pode se fazer proselitismo. Não se pode ocupar para mentir e ser desmentido pela própria nota do ministério. Eu lamento que pessoas com mandados federais não coloquem os interesses da Paraíba em primeiro lutar prefere o embate com o governador. Lamento o boicote de um senador contra a Paraíba”, criticou.
O governador ainda argumentou que verbas federais para execuções de obras nos estados sempre foram depositadas antecipadamente. “Isso não existe? Sempre existiu. A obra do PAC, por exemplo, recebe adiantamento para a obra para poder pegar ritmo. Não tem nenhum problema com isso. Acho que é no mínimo uma falta de respeito. A Paraíba não tem é intransigente, mas não abre um milímetro para a falta de respeito”, declarou.
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