Rima e improviso são as principais marcas do Repente. A manifestação artística que faz parte da identidade da região Nordeste foi reconhecida como patrimônio cultural do Brasil nesta quinta-feira (11) durante reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O pedido de registro da cantoria foi formalizado em 2013 pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno.
Vale lembrar, que o monteirense Pinto do Monteiro foi considerado um dos maiores repentistas do País.
Desde então, o Iphan iniciou o processo de registro, que inclui a descrição da arte e a documentação, inclusive com registro audiovisual, formando um dossiê.
“Recentemente, o cordel, que é nossa arte irmã, também foi reconhecido e a gente viu os benefícios. O cordel hoje está na televisão, nos programas de rádio, nas novelas, nas escolas com as crianças, e o repente vai ganhar esses espaços também”, comemora o repentista potiguar Felipe Pereira, de 25 anos, que começou na arte ainda na adolescência. Veja o vídeo de um improviso acima.
Ele explica que o repente conta com diferentes estilos e sobrevive na cantoria de violeiros, no embolado feito com pandeiro – caso da dupla Caju e Castanha – nas mesas de glosas e até mesmo no aboio do vaqueiro no sertão.
Ainda de acordo Felipe o repente já tem cerca de dois séculos e se espalhou pelo Nordeste.
“A cantoria tem cerca de 200 anos no Nordeste. Nasceu na Serra do Teixeira, na Paraíba, se expandiu para o vale do Pajeú, no Pernambuco, e para o Vale do Seridó no Rio Grande do Norte”, ressalta.
“É uma poética popular, representativa do povo nordestino e das lutas do Nordeste”, comenta Tassos Lycurgo, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan.