A reportagem de capa deste fim de semana da revista Veja, principal ponta de lança da guerra política que praticamente quebrou o setor de engenharia no Brasil, faz um pedido à força tarefa conduzida pelo juiz Sergio Moro, na Operação Lava Jato: prendam o ex-presidente Lula, reconhecido internacionalmente como o maior embaixador contra a fome no mundo e apontado por 50% da população brasileira como o melhor governante da história do País.
Segundo Veja, a prisão dos empreiteiros Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, representa o “penúltimo degrau” da Operação Lava Jato. O último seria a prisão de Lula, assim como daqueles que foram seus dois principais ministros em sua primeira gestão: José Dirceu e Antonio Palocci. Ambos se tornaram consultores após deixarem o governo e estão sendo investigados na Lava Jato.
“Resta pegar a estrela principal no firmamento governista”, diz Veja, que também aponta Lula como “o ponto de convergência entre corruptos e corruptores”. Potencial candidato à presidência da República em 2018, Lula corre o risco de ser abatido, antes disso, pela Lava Jato. Além de Veja, por exemplo, o grupo Globo, que defende a abertura do pré-sal a petroleiras internacionais e a vinda de empreiteiras estrangeiras ao País, também já defende a prisão de Lula em algumas de suas principais trincheiras, como a coluna de Merval Pereira.
Na reportagem deste fim de semana, Veja também acusa a Andrade Gutierrez de ter beneficiado dois filhos de Lula, Fábio Luis e Lurian, e a Odebrecht de ter favorecido um de seus sobrinhos, chamado Taiguara Rodrigues. Nenhuma palavra sobre as notórias ligações da Odebrecht com o PSDB e da Andrade Gutierrez com Aécio Neves, que, na última campanha presidencial, teve a empreiteira mineira como sua maior doadora de campanha.