O governador Ricardo Coutinho defendeu uma política de segurança pública unificada para a região Nordeste, durante o Encontro de Governadores do Nordeste, realizado em Natal (RN), nesta sexta-feira (8). O chefe do executivo estadual da Paraíba explicou aos gestores a necessidade de se pensar uma política unificada. “É fundamental que seja encarado como uma política nacional.
Nós fizemos uma proposta à presidente que no Nordeste fosse criado um sistema único de segurança pública. Esse problema precisa ser tratado de uma forma regional”, afirmou o governador, que sugeriu ainda que o assunto fosse tratado na próxima reunião dos governadores a ser realizada no mês de junho.
O governador de Alagoas, Renan Filho, referendou a fala de Ricardo, explicando que o estado alagoano vem adotando uma política de segurança planejada, mas que os Estados precisam de ajuda da União para pensar de forma unificada.
Ricardo Coutinho alertou aos governadores sobre a necessidade de se ter um olhar especial para o problema da dengue, que hoje já atinge níveis epidêmicos no Nordeste. “Estamos com um surto de dengue no Brasil, mas muito mais grave no Nordeste. Precisamos discutir a questão da saúde e da dengue na região”, alertou Ricardo.
Ainda durante a explanação, Ricardo Coutinho destacou a fala do ministro Mangabeira Unger, citando o empreendedorismo emergente como política pública propulsora de desenvolvimento para a região. “A concepção de desenvolver a economia de baixo pra cima, de incorporar setores que a partir de um talento, que muitas vezes têm, mas que muitas vezes se faltam estímulo. Estes setores, particularmente no Nordeste, não conseguem produzir, escoar a produção, aumentar o poder de consumo, nem desenvolver as cadeiras produtivas”, afirmou o governador, que citou o exemplo da criação do programa Empreender quando prefeito de João Pessoa, como uma política de investimento e como um caminho importante não só para o Nordeste, mas para o Brasil.
O governador paraibano falou da necessidade de se pensar a região Nordeste não apenas para os dias atuais, mas para as próximas gerações. “Precisamos olhar para a região não como coitadinha, mas de uma forma diferente para desiguais. Não adianta colocar todo mundo no mesmo patamar. É preciso que se construam instrumentos de captação, onde essa região possa ser cada vez mais industrializada para que não sejamos, daqui há algumas gerações, apenas uma região de consumo e de setor de serviços. Essa preocupação é de todos os governadores”, afirmou Ricardo Coutinho.
O governador da Paraíba finalizou o discurso explanando sobre a gravidade da seca na região Nordeste. “Estamos no quarto ano de estiagem. Nos reunimos há quarenta dias com a presidente. Já se passaram cinco meses desde o primeiro encontro dos governadores, realizado em João Pessoa. Até hoje nenhum estado recebeu ajuda emergencial. É importante ressaltar que nós não estamos pedindo algo que não nos pertence. O problema climático pertence à União. Nós precisamos ter prazo para as coisas. É preciso que o diálogo no setor de emergência seja tratado realmente como emergência. Na Paraíba são 812 mil pessoas nessa situação”, finalizou.