O governador Ricardo Coutinho inaugurou, nessa quarta-feira (5), o Teatro Pedra do Reino. Com a entrega do equipamento, que é o segundo maior do país e o maior do Nordeste, o Governo do Estado concluiu o Centro de Convenções de João Pessoa, obra que se constitui no salão de feiras, centro de congressos, torre do mirante, restaurante panorâmico, relógio de sol, teatro, heliponto e estacionamentos. No conjunto arquitetônico, foram investidos mais de R$ 240 milhões, sendo R$ 60 milhões no teatro entregue no aniversário de 430 anos da Capital paraibana.
O teatro tem 11.763 m² de área construída e capacidade para quase 3 mil pessoas. O nome Pedra do Reino é uma homenagem ao escritor paraibano Ariano Suassuna, autor de obra homônima. O equipamento foi projetado para receber grandes espetáculos nacionais e internacionais.
Durante a solenidade, Ricardo afirmou que a entrega do teatro muda a história da indústria do turismo em João Pessoa e consolida uma vertente da cidade e da Paraíba que é a cultura. “O Centro de Convenções significa um grande incentivo à nossa economia. Eu estou falando de 52 cadeias produtivas que dialogam diretamente com o turismo”, pontuou.
O governador ainda destacou o Centro de Convenções que pode receber, no mesmo momento, 20 mil pessoas. “Nós precisamos revitalizar espaços públicos. Nós estamos nos preparando cada vez mais para lutar pelo título da capital das artes”, ressaltando que, a partir de agora, a Paraíba entrou na rota dos grandes eventos.
Pedra do Reino – Ainda em seu pronunciamento, Ricardo Coutinho destacou a homenagem a Ariano Suassuna: “Eu acho que Ariano é um dos grandes brasileiros, um cidadão que teve o direito e a coragem de caminhar contra a corrente nas épocas mais difíceis de alienação cultural que esse país já teve e deixou uma obra vastíssima de livros, de música, de pintura, uma obra que se estenderá por muito tempo”, enfatizou. “Ariano representou para nós a resistência, a consistência e foi alguém que colocou a cultura popular e erudita brasileira em primeiro plano”, completou Ricardo. Ele concluiu seu discurso com uma homenagem à escritora Dora Limeira, que faleceu esta semana.
Na plateia, dona Zélia, viúva de Ariano, ao lado dos filhos, entre os quais o escritor Manoel Dantas Suassuna, o qual revelou que a família está feliz com a homenagem na terra onde nasceu o autor da obra A Pedra do Reino. “Um artista quer ver sua obra celebrada, perpetuada, então achei muito bom terem colocado esse nome no teatro”, comentou. “A homenagem é uma forma de mantê-lo vivo porque ele deixou um legado muito bonito e a viabilização de espaços como esse teatro preserva a cultura que meu pai valorizava tanto”, observou Mariana Suassuna.
Em nome da família de Ariano Suassuna, o advogado e neto do escritor, João Urbano, agradeceu ao Governo do Estado pela homenagem ao mestre nascido em João Pessoa. “Ariano representa exatamente a coerência e a lealdade”, definiu. A solenidade teve o ator Mateus Nachtergaele como mestre de cerimônia. Ele parabenizou os paraibanos pela obra e revelou que, da próxima vez que voltar a João Pessoa, deseja atuar no palco do Teatro Pedra do Reino.
O secretário de Estado da Cultura, Lau Siqueira, lembrou uma frase da cantora Zélia Duncan. “Não é um teatro da Paraíba, é um teatro do Brasil”. De acordo com o secretário, agora a Paraíba está no centro da produção cultural brasileira.
A inauguração teve a presença de 3 mil convidados, incluindo políticos, empresários, artistas, jornalistas, além de representantes de vários outros segmentos da sociedade paraibana.
Profissionais especializados em turismo de outros estados também cobriram o evento, que contou com apresentações da Orquestra Sinfônica da Paraíba, da cantora lírica paraibana Maria Juliana e da cantora Zélia Duncan. As polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros também atuaram na inauguração.
Participaram da cerimônia, entre outras autoridades, a vice-governadora Lígia Feliciano, o deputado federal Damião Feliciano, o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Marcos Cavalcanti; o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo; o arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto, o senador José Maranhão e o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino.
O Teatro – A estrutura do Teatro Pedra do Reino envolve sonorização e iluminação cênicas de última geração. Dos 2.924 lugares existem 2.820 poltronas comuns; 18 poltronas para obesos; 36 poltronas para portadores de mobilidade reduzida e 50 lugares para cadeirantes. O teatro possui seis níveis. Tem formas em curvas e compõe-se de quatro volumes: hall de entrada, foyer, plateia e palco.
O equipamento tem estrutura mista, concreto armado e estrutura metálica. O teatro está integrado ao conjunto arquitetônico do Centro de Convenções e foi priorizada a utilização de curvas, que remetem às ondas do mar do litoral paraibano, em contraste com o bloco central, a Torre do Mirante, eixo do complexo.
No foyer duas escadas soltas nascem no piso, atingindo mezanino em grande abertura circular vazada com diâmetro de 27 metros. O mezanino, no 2º nível possui aberturas envidraçadas em faces opostas que visam a transparência para o exterior. Esse mezanino dá acesso ao balcão que possui aproximadamente 16% dos lugares do teatro. O acesso ao mezanino também pode ser feito através de três elevadores, permitindo acessibilidade.
Sobre o balcão, em balanço, projeta-se volume em estrutura de concreto que abriga cabines de tradução, de projeção e depósito de equipamentos com 78 m². No nível 1, no foyer, portas dão acesso à circulação de fundo e circulações laterais, externas à plateia permitindo total flexibilidade e independência de trânsito ao longo do espaço interno.
As paredes laterais da plateia são duplas, para isolamento acústico. Elas foram revestidas com material especial e criados difusores com seção cilíndrica, utilizados também para iluminação visando efeito luminotécnico, dando movimento e leveza ao volume interno do teatro. Sobre a plateia, escondidos pelo forro, pontes técnicas em estrutura metálica atravessam o teto abrigando iluminação cênica.
O palco, juntamente com as coxias (áreas laterais ao palco para movimentação de cenários) possui cerca de 900 m². Sob o palco foi projetado o fosso para orquestra e subsolo com para instalação de sistemas de movimentação de cenários. Atrás do palco existem quatro camarins com banheiros e uma sala para confraternização.