A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (GEVS), divulgou nesta segunda-feira (10) o primeiro boletim da Dengue, Zika e Chikungunya de 2017. Segundo o boletim, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2016 (52ª Semana Epidemiológica) foram notificados 44.374 casos de dengue na Paraíba. No mesmo período de 2015 registrou-se 29.858 casos, o que representa um aumento de 48,61%.
O boletim destaca ainda que dos 223 municípios do estado, 219 registraram ocorrência de casos suspeitos de dengue no sistema, restando apenas quatro municípios silenciosos durante o ano de 2016: Carrapateira, Matinhas, São Domingos do Cariri e Serraria. “É importante evidenciar que a sinalização de casos suspeitos de dengue é a base para o planejamento das ações de Assistência à Saúde, Vigilância Epidemiológica e Ambiental”, disse a gerente executiva de Vigilância em Saúde, Renata Nóbrega.
De acordo com o boletim, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2016, foram notificados 20.928 casos de chikungunya. A GEVS destaca que a confirmação laboratorial do primeiro caso da doença na Paraíba ocorreu em dezembro de 2015 , com picos de casos entre a 13ª e a 20ª Semana Epidemiológica, o que corresponde ao 2º trimestre do ano, período de maior volume pluviométrico.
Quanto aos casos notificados de Zika Vírus, entre 1º de janeiro e 31 de dezembro foram registrados 4.899. Atualmente, existem três Unidades Sentinelas do Zika Vírus na Paraíba, implantadas para identificar a circulação viral, nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Monteiro, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
Óbitos – Conforme o boletim, até a 52ª Semana Epidemiológica foram registrados 108 óbitos suspeitos por arboviroses, sendo 32 confirmados por chikungunya e sete por dengue. A SES informa que, para esclarecimento da causa morte e identificação do perfil dos óbitos, é necessário realizar investigações no âmbito ambulatorial, domiciliar e hospitalar, utilizando o Protocolo de Investigação de Óbitos por Arbovírus Urbanos no Brasil, instituído pelo Ministério da Saúde em 13 de junho de 2016. É de responsabilidade dos municípios a investigação, cabendo às Gerências Regionais de Saúde e ao Núcleo das Doenças Transmissíveis Agudas da SES o apoio e acompanhamento junto aos municípios.
“Diante da situação de óbitos, a SES recomenda todas as Secretarias Municipais de Saúde a intensificar as orientações sobre sinais e sintomas da dengue, chikungunya e zika e, em caso de adoecimento, o usuário deve procurar imediatamente a Estratégia de Saúde da Família– ESF ou serviço de saúde mais próximo de sua residência. Destacamos que a intervenção mais efetiva para evitar os óbitos é a detecção precoce dos casos suspeitos, associado ao manejo clínico adequado do paciente”, explicou Renata.
32 municípios em situação de risco – Entre 24 e 28 de outubro de 2016, foi realizado na Paraíba o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRa) e Levantamento de Índice Amostral do Aedes aegypti (LIA), este último, para municípios que possuem até 1.999 imóveis, conforme preconizado pelo MS. Os resultados, além de apresentarem a média dos indicadores larvários, revelam os espaços intraurbanos com as áreas de maior densidade de larvas, o que contribui para o direcionamento e, consequentemente maior efetividade das ações de combate do vetor.
Até o momento, 221 municípios realizaram os levantamentos. De acordo com eles, 32 municípios apresentaram situação de risco para ocorrência de surto, 122 estão em situação de alerta e 67 em situação satisfatória. “Comparando o LIRAa de outubro de 2016 com o de outubro de 2015, é observada uma redução de risco de 40%, o que demonstra a efetividade das ações desencadeadas pelos municípios em parceria com a SES. Dessa forma, a GEVS recomenda a todos os municípios paraibanos realizar o LIRAa e LIA no período de 30/01 a 03/02/2017, pois esse levantamento apresenta um indicador entomológico que fornece informações valiosas para o direcionamento das atividades de controle do Aedes aegypti”, ressaltou Renata Nóbrega.
Renata lembrou ainda que, para a intensificação das medidas de prevenção e combate ao Aedes neste verão, o MS liberou recurso por meio da Portaria Nº3.129, de 28 de setembro de 2016, que autoriza repasse no Piso Variável de Vigilância em Saúde (PVVS) do Componente de Vigilância em Saúde de recurso financeiro para implementação de ações contingenciais de prevenção e controle do vetor.
Ações – O Governo do Estado vem realizando diversas ações de combate ao Aedes, como o Dia “D” de Mobilização ao combate do mosquito, realizado em dezembro de 2016. Também foram qualificados 350 homens do Exército para atuar nos 61 municípios prioritários, ou seja, que apresentaram alto índice de infestação, incidência das arboviroses maior que 300 e ocorrência de óbito no LIRAa de outubro, e ações de intervenção do carro fumacê em nove municípios (Mamanguape, Rio Tinto, Aroeiras, Santa Cecília, Soledade, Taperoá, Alagoa Grande, Esperança e Queimadas).
Também está programada uma reunião de alinhamento com técnicos das Gerências Regionais de Saúde e dos respectivos municípios por Macrorregiões de Saúde nos dias 17, 18, 24 e 25 de janeiro de 2017; Reunião com os Secretários de Saúde em fevereiro; Manejo Clínico de Dengue, Chikungunya e Zika destinado aos profissionais de saúde em março, além de apoio técnico aos municípios por meio das Gerências Regionais de Saúde e Sede da Secretaria Estadual de Saúde.