A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) divulgou, nesta sexta-feira (11), mais um boletim da dengue, zika e chikungunya. De acordo com os dados, de 1º janeiro a 5 de novembro de 2016 (44ª semana epidemiológica de início de sintomas) foram notificados 35.938 casos prováveis de dengue. Em 2015, no mesmo período (até 44ª SE), registrou-se 19.380 casos, evidenciando um aumento de 80,25%.
“O pico do aumento dos casos ocorreu no mês de março, entretanto, a partir de maio começou a redução dos números. Dos 223 municípios do Estado, apenas quatro municípios estão silenciosos durante o ano de 2016. É importante evidenciar que sinalizar a possibilidade de casos suspeitos é uma forma de manter todas as equipes de vigilância e assistência atentas para o agravo, o que contribui para o desencadear das demais ações de vigilância epidemiológica e ambiental necessárias para o controle da doença em seu território”, alertou a gerente operacional de Vigilância Epidemiológica da SES-PB, Izabel Sarmento.
Zika Vírus – De acordo com o boletim, foram registrados 4.687 casos suspeitos do vírus Zika, um aumento de 482 casos nas últimas dez semanas. Atualmente, na Paraíba, existem três unidades Sentinelas do Zika vírus implantadas para identificação da circulação viral nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Monteiro, conforme recomendação do Ministério da Saúde, entretanto o número de coletas nessas unidades tem sido reduzido.
Chikungunya – Quanto às notificações de suspeita de chikungunya, no período de 1º de janeiro a 5 de novembro de 2016, foram registrados 20.290 casos suspeitos, ou seja, um acréscimo de 2.626 casos nas dez últimas semanas epidemiológicas. “Ressalta-se que a confirmação laboratorial do primeiro caso de chikungunya na Paraíba ocorreu em dezembro de 2015, sinalizando que grande parte da população ainda está suscetível ao adoecimento. Observa-se o pico de casos entre a 13ª e a 20ª semana, correspondente ao 2º trimestre, o que coincide ao período de maior volume pluviométrico e de umidade no ar, favorecendo a proliferação do mosquito”, explicou Izabel.
Até a 44ª semana, foram registrados 106 óbitos suspeitos por arboviroses, sendo 26 com confirmação para chikungunya, e cinco por dengue. Para esclarecimento da causa morte e identificação do perfil dos óbitos, se faz necessário realizar as investigações no âmbito ambulatorial, domiciliar e hospitalar, utilizando o Protocolo de Investigação de Óbitos por Arbovírus Urbanos no Brasil (Dengue, Chikungunya e Zika), instituído pelo Ministério da Saúde no dia 13 de junho de 2016.
“Diante da situação de óbitos recomenda-se aos Serviços de Saúde intensificar as orientações sobre sinais e sintomas de dengue, chikungunya e zika à população, e em caso de adoecimento o usuário deverá procurar imediatamente a Estratégia de Saúde da Família – ESF ou serviço de saúde mais próximo. Destaca-se que a estratégia mais efetiva para evitar os óbitos é a detecção precoce dos casos suspeitos e condução do manejo clínico adequado do paciente, de acordo com o agravo”, explicou Izabel.
LIRAa – A Paraíba realizou, de 24 a 28 de outubro de 2016, o 3º levantamento de índices, para avaliar a infestação predial pelo Aedes aegypti, por meio do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti) e LIA (Levantamento de Índice Amostral do Aedes aegypti), este último para municípios que possuem até 1.999 imóveis, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Os resultados, além de apresentarem a média dos indicadores larvários, revelam os espaços intraurbanos com as áreas de maior densidade de larvas, o que contribui para o direcionamento e consequentemente maior efetividade das ações de combate do vetor.
Dos 223 municípios, até o momento, 181 (81,1%) realizaram os levantamentos. De acordo com esses dados, 24 (13,25%) municípios atualmente estão em situação de risco para ocorrência de surto: Juarez Távora, Picuí, Seridó, Aroeiras, Barra de Santana, Riacho dos Cavalos, Cajazeiras, Nazarezinho, Água Branca, São Bento, Alagoinha, Várzea, Imaculada, Lagoa Seca, Itabaiana, Sousa, Mato Grosso, Rio Tinto, Cacimba de Areia, Desterro, Monteiro, Mulungu, Salgadinho e Teixeira. Estão em situação de alerta 102 (56,35%) municípios, 55 (30,38%) em situação satisfatória e 18,9% municípios não informaram o seu levantamento.
“Solicitamos aos municípios que faltam enviar os seus resultados que agilizem o envio desses arquivos, porque esse levantamento realizado no mês de outubro – LIRA e LIA – é considerado pelo Ministério da Saúde como o LIRAa Nacional, e seus resultados são amplamente divulgados em todo território brasileiro”, concluiu Izabel Sarmento.
Além disso, Izabel ressaltou que programar ações efetivas para a redução dos Índices de Infestação Predial deve se tornar, de fato, uma preocupação constante, diária e intensa para os gestores municipais. As Secretarias Municipais de Saúde devem implementar, progressivamente, ações previstas no Plano de Contingência para o Controle da Dengue, priorizando sobretudo o diagnóstico, tratamento e a redução de ofertas de criadouros para o Aedes. Diante do contexto, a Secretaria de Estado da Saúde orienta intensificar algumas ações, como evitar usar pratos nos vasos de plantas, guardar garrafas com o gargalo virado para baixo, manter lixeiras tampadas, ralos fechados e desentupidos, evitar acumular entulhos, entre outros.