Por Simorion Matos
Entre as inúmeras e grandiosas questões que afetam a população no seu dia a dia, a que merece uma reflexão mais profunda é, sem dúvida, a segurança pública.
A todo instante somos bombardeados pelo noticiário policial registrando ocorrências preocupantes. E os poderes constituídos, diante do quadro cinzento dos acontecimentos, se mostram cada vez menos eficientes para encontrar soluções, deixando a sociedade aflita, desconfiada e insegura.
O problema tem alcance nacional, mas nos preocupa de forma especial a situação vivenciada no lugar onde vivemos, a Paraíba.
Recentemente, o Secretário de Segurança do estado, Cláudio Lima, comentou sobre os dados relativos à criminalidade. Em entrevista, ele falou sobre os esforços do governo. Apresentou dados mostrando que em João Pessoa, em quatro meses, houve uma redução de 40% dos homicídios. Em Campina grande, a redução acumulada foi de 26% dos crimes contra a vida.
Não pretendemos questionar os números em relação à capital e à Rainha da Borborema mas nos permitimos chamar a atenção para o que vem se acentuando nas indefesas cidades interioranas.
Se bem que nos 4 primeiros meses de 2014 houve oscilação nos dados registrados pela pasta da Segurança do governo estadual. Em João Pessoa houve redução de 40% nos homicídios, mas, por outro lado, a taxa de roubo de motocicletas chegou a 119% a mais em relação ao mesmo período de 2013 e a de roubo à pessoa subiu 76%.
Em Campina Grande, houve um aumento expressivo dos assaltos a transporte coletivo de 133%.
A Paraíba está entre os dez estados com maior número de homicídios, segundo o Mapa da Violência 2013.
Sejam quais forem os números apresentados, o inquestionável é a certeza de que, nas cidades do interior, bandidos fazem a festa. Se em Serra Branca a avenida onde fica a agência do Banco do Brasil precisou ser isolada por correntes, por conta de repetidos assaltos, a cidade de Princesa Isabel foi invadida em plena luz do dia por um bando fortemente armado, que provocou um verdadeiro terror.
E da mesma forma como explodiram estabelecimentos bancários em Livramento e outras cidades onde o efetivo policial não ultrapassa meia dúzia de aguerridos soldados, explodiram também o Banco do Brasil em Monteiro, onde está sediado um quartel com um batalhão de uma centena de homens, além de uma Delegacia Regional de Polícia Civil.
O problema da segurança pública é mais grave do que possamos imaginar. E a busca por soluções deve ser mais urgente do que vem acontecendo.
Os agentes políticos, em todas as esferas, precisam priorizar projetos, propostas e idéias de combate à criminalidade, para que as pessoas possam voltar a morar, andar e viver com segurança.
Os legisladores precisam criar mecanismos jurídicos mais rigorosos e eficazes.
E a sociedade precisa fazer a sua parte, principalmente no processo de escolha dos seus dirigentes e representantes, pois isso é um processo de construção, que temos que acreditar e cada um deve colocar o seu tijolo.
Investimentos fortes em segurança pública precisam ser definidos e aplicados com a mesma determinação que existe para educação, saúde e ação social.
O crime cresceu muito e são necessárias políticas públicas de segurança contínuas e integradas com outras políticas públicas para dar qualidade de vida à sociedade.