O senador Deca (PSDB-PB) manifestou apoio aos vaqueiros nordestinos que protestaram nesta terça-feira (25) em Brasília contra a decisão da Justiça que proibiu a vaquejada. Ele afirmou em Plenário que, mais que uma manifestação cultural, a vaquejada é uma atividade econômica importante para o Nordeste.
Na visão de Deca, mais do que significado cultural, a vaquejada tem importância econômica no Nordeste. No pronunciamento ele ressaltou que essa atividade gera mais de 600 mil empregos diretos e indiretos, e ainda fomenta e circula renda superior a 800 milhões de reais anuais.
“Estamos falando, por exemplo, das fábricas e artesãos que produzem o chapéu de couro, as celas e o gibão; estamos falando da produção e comercialização de rações; estamos falando de um comércio pujante de animais; estamos falando de melhoramento genético dos nossos rebanhos; estamos falando de uma atividade comercial que extrapola as divisas nordestinas e ganha musculatura em praticamente todas as partes do País. Não se trata de pouca coisa”, pontuou.
Para o senador paraibano o que está em jogo, é a luta pela conservação de um patrimônio da cultura sertaneja. “Como sertanejo, me reconheço nestes homens; me identifico com sua história; me represento em seus símbolos e tradições. Assim como o fez Luiz Gonzaga e tantos outros poetas e cantadores da cultura nordestina”, destacou Deca.
Em Brasília – O Sertão marchou pelas ruas de Brasília. De cima de suas montarias, vaqueiros de todas as partes do Brasil e do Nordeste invadiram a Esplanada dos Ministérios desde o início da madrugada desta terça-feira para protestar contra a decisão tomada no início do mês pelo Supremo Tribunal Federal que derrubou uma lei do Ceará que permitia a vaquejada no estado com argumento de que os animais sofriam maus tratos. O movimento é para pressionar o Congresso Nacional a regulamentar vaquejada no Brasil.
“Precisamos, pois, separar o joio do trigo. Não se pode colocar as vaquejadas no patamar dos maus tratos registrados em rinhas de galos e farras de boi, por exemplo. Diferente dessas duas modalidades – com justeza proibidas -, as vaquejadas não são palcos de torturas ou mortes de animais. Muito pelo contrário: o animal é admirado e valorizado pela saúde e vigor”, comparou.
Medidas de segurança – O senador destacou, em seu discurso, o amplo esforço que tem sido empreendido pela Associação Brasileira de Vaquejada, no sentido de reforçar as medidas de segurança, tanto para os cavaleiros quanto para os animais.
Deca assegura que as regras estão mais rígidas. Segundo ele, não se admite, por exemplo, o uso de objetos cortantes como esporas, e foi adotado o protetor de cauda (popularmente conhecido por rabo artificial); não se admite, ainda, a participação de animais doentes; nem se extrapola a atividade animal, limitando a participação de cada boi a no máximo três corridas por vaquejada. Disse que a Associação Brasileira de Vaquejada também mantém veterinários em seus circuitos e monitora os cuidados dos animais desde o transporte até a participação efetiva na disputa esportiva.
“Os avanços estão em curso. E devem continuar marchando em direção não da proibição, mas da regulamentação dessa festividade esportiva tão nossa, tão nordestina. Sei que decisão judicial é para ser cumprida. Ainda assim, não podemos permitir que a vaquejada desapareça de nosso calendário cultural nem da nossa pauta econômica. Esta história secular simplesmente não pode sumir do cenário sertanejo”, clamou Deca.