Senadores brasileiros em visita à Venezuela foram cercados nesta quinta-feira (18) por manifestantes em Caracas, segundo relato do repórter Rodrigo Carvalho, da GloboNews. Por meio das redes sociais, os parlamentares relataram ter tido dificuldades para deixar o aeroporto da capital do país vizinho. Um dos senadores que estava na comitiva é o paraibano Cássio Cunha Lima.
O grupo de oito senadores foi à Venezuela para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares.
De acordo com relatos de Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pelo microblog Twitter e pelo Facebook, o grupo foi “sitiado”.
O G1 entrou em contato com a Embaixada da Venezuela, o Ministério das Relações Exteriores e o Palácio do Planalto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Aloysio Nunes informou que a comitiva ficou “tentando sair das cercanias do aeroporto”. “Ficamos por quase meia hora tentando sair das cercanias do aeroporto, mas fomos impedidos. Ouvimos duas justificativas esfarrapadas. A primeira foi a de que o impedimento se deu por causa do transporte de um prisioneiro vindo da Colômbia. A segunda foi uma acidente. Por essa razão, decidimos voltar ao aeroporto e esperar que se resolva esse imbróglio”, postou.
Em sua conta no Twitter, Aécio Neves disse que os parlamentares foram “sitiados em via pública” e que a van em que eles estavam foi atacada por manifestantes. “Acabo de falar com o presidente do Senado [Renan Calheiros]. Ele fará um protesto formal sobre as agressões que sofremos e cobrará uma posição da presidente”, publicou o tucano.
Também por meio de sua conta no Twiter, Caiado disse que o grupo não conseguiu sair do aeroporto. “Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan”, postou o senado.
Em seguida, Caiado se queixou da ausência de uma autoridade brasileira. “O embaixador do Brasil na Venezuela nos recebeu no aeroporto e foi embora. Agora estamos sendo agredidos e não tem representante do governo”, completou.
De acordo com reportagem publicada na versão online do jornal venezuelano “El Universal”, a ex-deputada da Venezuela María Corina Machado, que recebeu os parlamentares brasileiros, havia fortes congestionamentos de carros nas duas únicas vias de acesso do aeroporto a região central de Caracas. A deputada informou tráfego intenso foi gerado por um protesto e por serviços de manutenção de dois túneis.
Por meio de nota à imprensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que “repudia e abomina os acontecimentos narrados e vai cobrar uma reação altiva do governo brasileiro quanto aos gestos de intolerância narrados”.
Mais cedo, também peloTwitter, Caiado relatou que a comitiva desembarcou sem passar pelo terminal de passageiros. “Desembarcamos. Um ônibus nos recepcionou na pista. Não deixaram que passássemos pelo terminal. Colocaram 8 batedores nos acompanhando”, escreveu.
Antes de embarcar, Caiado escreveu que o grupo iria visitar familiares de presos políticos e tentar contato com as vítimas, “algumas detidas pelo simples fato de serem oposição a Maduro”.
Aécio Neves, também em sua conta no Twitter, escreveu que é a primeira vez que autoridades no exercício de mandatos vão à Venezuela prestar solidariedade às lideranças que estão presas.
Antes do embarque, Agripino escreveu que o Brasil tem a “obrigação” de se posicionar contra a violação dos direitos humanos e a ausência de liberdade de expressão no país vizinho.