O recurso do Ministério Público Federal contra a soltura do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) será julgado nesta terça-feira (18) pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a mesma que manteve no ano passado a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O colegiado é composto pela ministra Laurita Vaz, relatora da Operação Calvário no STJ, e pelos ministros Sebastião Reis, Rogério Cruz, Nefi Cordeiro e Antônio Saldanha.
A reportagem apurou junto a autoridades da Justiça em Brasília, que acompanham o processo, qual seria o perfil dos ministros.
Laurita Vaz dispensa apresentações. Relatora da Operação Calvário na Corte, a ministra manteve a prisão de diversos presos, a exemplo do irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho. Em decisão tomada em dezembro, Vaz classificou os crimes investigados como “graves”.
Nefi Cordeiro é apontado como um ministro “científico e firme nas decisões”. Sebastião Alves dos Reis Júnior é filho do ex-ministro Sebastião Alves dos Reis. Ele já atuou como advogado e é apontado como o “mais garantista”.
No julgamento do recurso da defesa de Cunha, Nefi e Reis foram favoráveis a soltura do ex-parlamentar, sendo vencidos por Laurita, Saldanha e Cruz.
Antônio Saldanha é tido como ministro que “percebe a corrupção por um olhar fluminense, viu o que aconteceu no Rio de Janeiro. Entende melhor a captura de um Estado”, enquanto Rogério Cruz é “criterioso, exigente. Sabe quando um promotor trabalha bem”, descreveu.
O ex-governador Ricardo Coutinho é apontado, segundo as investigações da Operação Calvário, como chefe da organização criminosa que teria desviado pelo menos R$ 134 milhões da Saúde e Educação através de contratos com organizações sociais. Ele foi preso no dia 19 de dezembro, mas acabou solto dois dias depois via habeas corpus do ministro Napoleão Maia, do STJ.