Suzane von Richtofen foi condenada a 39 anos e seis meses pela morte dos pais em 2002. Ela está há 12 anos na prisão e, nesse período, tornou-se evangélica, virou conselheira de outras presas, abriu mão da herança dos pais, tenta se reaproximar do irmão e, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, está casada desde setembro. Em agosto, Suzane disse em carta ao presídio que não queria deixar a Penitenciária Feminina 1 de Tremembé (SP), onde cumpre pena.
De acordo com a Folha, Suzane trocou a ala das evangélicas, em que ficava até então, e passou a habitar a cela das detentas casadas, onde compartilha o espaço com outros oito casais. Para poder dormir com sua companheira, Suzane precisou assinar um documento de reconhecimento de relacionamento afetivo, exigido para as presas que vivem juntas como casal.
Na prisão de Tremembé, esse papel funciona como uma certidão de casamento. Além de permitir o convívio marital, também estabelece regras de convivência, como, por exemplo, em caso de separação, em que a presa não poderá voltar à cela destinada a casais por seis meses.
A escolhida de Suzane é Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de reclusão pelo sequestro de uma empresária de São Paulo. Sandra precisou cumprir o prazo de isolamento para voltar à cela das comprometidas, pois já havia se casado no começo deste ano com outra presa bastante conhecida: Elize Matsunaga, 32, presa por matar e esquartejar o marido Marcos Kitano Matsunaga, 41, em 2012.
O pivô da separação entre Sandra e Elize teria sido justamente Suzane, aponta a publicação. As três trabalhavam na fábrica de roupas do presídio, onde Suzane ocupa um cargo de chefia. O triângulo amoroso teria rompido a amizade entre elas.
Ainda segundo a publicação, o novo amor é responsável pela decisão de Suzane de abrir mão do direito de passar os dias fora da prisão, em regime semiaberto. Caso aceitasse a progressão do regime, ela teria que ir para outra prisão, pois a de Tremembé só tem autorização para receber presas em regime fechado.
De acordo com a Folha, Suzane é conhecida por conquistar corações por onde passa. Ao cumprir pena em Rio Claro, duas funcionárias do presídio teriam se apaixonado por ela, que conseguiu com isso várias regalias, incluindo acesso à internet. Quando as mulheres brigaram pelo amor de Suzane, o caso foi descoberto.
Ao ser transferida para Ribeirão Preto, um promotor apaixonado teria prometido lutar para tirar a amada da “vida do crime”. Incomodada com as investidas, a presa denunciou o homem, que foi punido pelo Ministério Público, mas negou o assédio.
Desta vez, no entanto, Suzane parece ter sido conquistada. Segundo o jornal, ela já havia escolhido os padrinhos da união e planejava uma cerimônia para o começo de novembro. Mas adiou o evento ao descobrir que uma emissora de TV faria uma reportagem sobre ela por medo de expor a relação.
Quando foi condenada, Suzane namorava Daniel Cravinhos, então com 21 anos. Teria sido em nome do amor deles, que os pais de Suzane, que não aprovavam o rapaz, foram mortos. O casal contou com a ajuda do irmão mais velho de Daniel, Cristian. Todos foram condenados, mas os irmãos cumprem, atualmente, pena em regime semiaberto. O Ministério Público acredita que a filha do casal foi a mentora do crime.