Em meio à pior crise desde que assumiu o Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer tenta afastar sua imagem pública dos envolvidos na operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal e avalia fazer um pronunciamento público nesta quinta-feira (18).
O peemedebista cancelou a agenda presidencial, que contava com 18 audiências, e está reunido com o núcleo político do Palácio do Planalto para discutir estratégias de reação.
A avaliação do Planalto é que o presidente precisava esperar a íntegra dos áudios antes de se pronunciar, mas, diante da piora da crise e do abalo no mercado financeiro, auxiliares acreditam que um posicionamento mais assertivo de Temer pode ser necessário. Ainda não está definido horário nem formato para essa possível fala.
No dia seguinte à divulgação de acusação contra o peemedebista, a ordem é que auxiliares e assessores só saiam em defesa da gestão peemedebista, evitando comentários sobre os pedidos contra os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PSDB-MG).
Nos bastidores, assessores admitem que a situação é muito difícil e que o governo foi de seu melhor para seu pior momento após a divulgação de que Joesley Batista gravou o presidente dando aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que Temer nega.
No dia seguinte à divulgação de acusação contra o peemedebista, a ordem é que auxiliares e assessores só saiam em defesa da gestão peemedebista, evitando comentários sobre os pedidos contra os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PSDB-MG).
O objetivo é tentar desvincular o presidente das denúncias contra os aliados do governo, evitando agravar ainda mais o desgaste causado pela delação premiada de executivos do grupo do grupo J&F, proprietário da marca JBS.
A estratégia também será adotada em relação ao deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e ao coronel João Baptista Lima Filho, ambos bastante próximos do presidente.
O discurso elaborado pela defesa do peemedebista é que Loures atuou por conta própria e não a pedido do presidente ao ter recebido mala de R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Segundo ex-executivos da empresa, Loures teria sido o indicado pelo presidente para resolver uma questão de interesse do grupo.
Para esta quinta-feira (18), o peemedebista havia marcado dezoito audiências ao longo do dia. Em situação de crise, tem sido comum Temer turbinar a agenda presidencial com encontros com ministros e parlamentares.