Os municípios brasileiros estão prestes a escolherem os seus representantes. Candidatos a prefeitos e vereadores disputam votos com tanta disposição que chegam a impressionar até o eleitor mais desavisado.
Em meio a tanta corrupção propostas e planos de governo seriam bem-vindos, caso os postulantes aos cargos tivessem pelo menos a decência de apresentá-los.
É bem verdade que a lei da ficha limpa acabou com a pretensão de muitos. Outros, que escaparam por pouco, deverão ser julgados pelo eleitor mais atento e certamente não voltarão ao poder, simplesmente porque abandonaram o povo. Mas infelizmente muitos continuarão como mandatários em seus municípios e com a farra do dinheiro público.
Em vários municípios os pleitos nunca acabam. Geralmente há sempre um ‘terceiro turno’. Os eleitos, um percentual bem alto deles, vão começar a se preocupar com os acordos formalizados durante a campanha. Dívidas adquiridas, manutenção de favores, regalias e garantia desses acordos, que quase sempre aumentam os gastos durante a administração, levando boa parte a não cumprirem as promessas de campanha, resultando em processos e descontrole das contas públicas, desembocando em improbidade administrativa.
Tem sido muito comum notícias da aplicação de forma incorreta das verbas destinadas aos municípios pelo seus representantes.
Educação e saúde são as pastas onde prefeitos costumam desviarem recursos para outras finalidades, deixando de aplicar o mínimo por lei determinado.
Além disso, funcionários sofrem perdas constantes, reajustes quase ninguém tem e outras surpresas na hora da aposentadoria.
Muitos gestores públicos recolhem a contribuição previdenciária do servidor, mas não repassam ao INSS.
Mesmo com a população tendo inúmeras formas de acesso a informação assusta o grande volume de corrupção.
Parece que ser pego por desvio de dinheiro público não é uma preocupação da grande maioria dos gestores.
Provavelmente há uma máquina a serviço do desserviço e não são atos individualizados. São grupos que agem rotineiramente com se isso fosse algo natural o que de certa forma dificulta as investigações.
A corrupção é um ato de desonestidade e afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos ao diminuir os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida, e fere a Constituição ao ampliar a exclusão social e a desigualdade.
É triste pensar que muitas vezes usam o dinheiro público simplesmente para terem uma vida de luxúria.
Ainda que seja uma tarefa difícil é importante que cada eleitor busque observar os principais acontecimentos em seus municípios, a vida pública de seus dirigentes, os benefícios que trouxeram para suas cidades, os compromissos que deixaram de cumprir e se perceber que eles não são capazes de dirigirem os destinos de suas localidades, diga não no dia da votação.
O fim do terceiro turno está em nossas mãos!
(Me. Ivan Alexandrino)