A Paraíba teve 71 casos de violência contra bancos neste ano, até o dia 5 de junho. Os dados são do Mapa da Violência contra Bancos na Paraíba em 2015, divulgado pelo Sindicato dos Bancários. O número de casos aumentou 26,7% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram registradas 56 ocorrências.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Marcos Henriques, os dados são alarmantes. “Os bancos tratam segurança como despesa e não como investimento. A gente tenta negociar, mas os bancos investem muito pouco, cerca de 5% do lucro, em segurança”, declarou.
A Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds) informou que os Núcleos de Inteligência das Polícias Civil e Militar da Paraíba vêm realizando um trabalho intenso para identificar os ladrões de bancos que atuam no estado.
“A Polícia Militar realiza rondas noturnas com maior intensidade nos municípios com registros de explosões para impedir novas ações destes criminosos. Além disso, a Secretaria da Segurança e da Defesa Social firmou uma parceria com o Ministério Público e a Policia Federal. A SEDS também está trabalhando na regulamentação da Lei Estadual nº 10228 de 12/ 2013 para que as instituições financeiras cumpram a sua parte no que se refere à segurança do seu patrimônio e dos clientes cumprindo a parte que lhe cabe dentro do processo da instituição e das pessoas”, diz a nota.
O 71º caso do ano aconteceu na manhã da sexta-feira (5) no município de Caaporã, Litoral Sul paraibano. O posto de atendimento de um banco particular foi alvo de explosão durante a madrugada. De acordo com a Polícia Militar, um grupo de pessoas em cerca de três carros teria atuado na ação. Apesar da explosão, os assaltantes não conseguiram levar o dinheiro do caixa eletrônico do local.
Ainda de acordo com o documento, a ocorrência mais comum é a explosão a banco. Foram 33 casos este ano. Em seguida, aparece o arrombamento, com 17 casos, saidinha de banco (12), tentativa de arrombamento (6), e assalto (3). Os bancos particulares foram os mais atingidos, de acordo com o levantamento. Foram 51 casos de violência em que os bancos particulares foram os alvos contra 20 casos em bancos públicos.
O que diz a Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, por meio de nota, que o órgão e seus bancos associados vêm acompanhando com “extrema preocupação” os ataques a caixas eletrônicos em todo o país e “lamentam que a situação tenha chegado ao ponto de a população ser privada de um serviço dessa importância”.
De acordo com a Febraban, além da população, os prejuízos decorrentes das explosões afetam igualmente as instituições financeiras, “que precisam reformar o local onde ocorreu a explosão, e repor os equipamentos danificados, sem reaproveitamento de peças ou maquinário”.
A federação explicou que, além de cerca de R$ 9 bilhões em investimentos, os bancos adotaram ao longo de uma década uma série de medidas preventivas para contribuir com a redução dos assaltos. Porém, a criminalidade migrou para meios mais violentos como explosões de caixas eletrônicos. “Para os bancos, a ação de segurança permitida pela legislação aos estabelecimentos comerciais e bancos é insuficiente frente à violência empregada. O combate desse tipo de crime exige um conjunto de ações no âmbito da segurança pública, com as quais a Febraban e os bancos associados estão comprometidos em dar sua contribuição”, diz a nota.
A nota ainda informa que a Febraban mantém reuniões com órgãos das Polícias Civil, Militar e Federal e do Exército para a identificação e prisão dos arrombadores e que “os bancos investem constantemente em tecnologia e outras formas para aperfeiçoar seus mecanismos de segurança”.